Como é que disse?
Uma obra que conste do plano de investimento é vertida no orçamento, os valores são atribuídos ao respectivo sector e discriminadas com a respectiva dotação. Uma vez habilitada e com verba determinada, deve ser feita. Não se pode desviar o dinheiro para outra sem alterações nos procedimentos e razões objectivas que o justifiquem.
Uma infraestrutura que se candidate a fundos comunitários e obtenha deferimento vincula para si a quantia que virá da Europa. Não se pode fazer coisa diversa com esse apoio financeiro. É claro e consabido.
Uma construção que, por exemplo, estivesse entre as que foram ratificadas para constarem da recuperação do 20 de fevereiro, não podia ver a importância que lhe estava destinada ser desencaminhada para uma diferente. Seria impensável fazê-lo.
Os projectos das sociedades, constituídas para o desenvolvimento local, que eram realizados conforme as sugestões dos municípios, não se faziam por conta do orçamento regional. Eram apresentados aos bancos que, depois de os analisar, autorizavam ou não o financiamento. Ora, este não podia ser aplicado em infraestrutura distinta. Isto é elementar, básico.
Como em outras empresas públicas. Sendo assim, não faz sentido afirmar-se que “em vez de certas obras, faziam outras”. Como? Já sei, adivinhando qual a que não ia correr bem, mesmo que propostas pelo povo ou através das suas legítimas instituições. Depois do jogo todos sabem o que correu mal. E fica fácil lamentar o eventual penálti por marcar. Mas neste jogo da política as decisões têm de ser tomadas antes. Antes do jogo acontecer.
Não se pode confundir a árvore em que a oposição procura a sombra, com a imensa floresta que fez o notável desenvolvimento da Madeira.