Bombeiros madeirenses que ajudaram Canadá regressaram a casa
"Acho que foram 15 dias de aprendizagem que serão muito úteis para o futuro", destacou secretário regional de Saúde e Protecção Civil
Pedro Ramos assumiu ainda, no aeroporto, que já foi contactado pela secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, para também montar "um dispositivo e colaborar nas Jornadas Mundiais da Juventude".
Duas semanas depois da partida para o Canadá, os cinco bombeiros madeirenses que se deslocaram em missão de combate a incêndios rumo ao país da América do Norte, regressaram esta sexta-feira a casa tendo sido recebidos, no Aeroporto da Madeira, por muitos amigos, familiares e, inclusivamente, por Pedro Ramos.
O secretário regional de Saúde fez-se acompanhar pelo presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, António Mendes Nunes, tendo cumprimentado cada um destes bombeiros que integraram um contingente de 140 profissionais que tinham como missão combater o fogo que consumiu uma área no historial de incêndios do Canadá.
É um momento único. É um momento de orgulho para a Protecção Civil da Região Autónoma da Madeira em geral e, em particular, para a corporação de Bombeiros Voluntários Madeirenses esta oportunidade que tivemos de cinco elementos integrarem o dispositivo europeu, neste caso Portugal e Espanha, para ajudar no combate aos incêndios do Canadá. Pedro Ramos
"Foi uma experiência única para estes profissionais e será também para todos nós, porque depois haverá reuniões onde eles vão apresentar, de facto, o que é que passaram nestes 15 dias, mas por aquilo que temos tido, pelo contacto no dia-a-dia via Whatsapp, nós acompanhámos diariamente todas as missões que eles efectuaram, mas naturalmente queremos ouvir agora, de viva voz, o que é que aconteceu. Acho que é uma experiência única para todos nós. Para a Madeira, para a Protecção Civil e acho que foram 15 dias de aprendizagem que serão muito úteis para o futuro", enfatizou o governante.
Pedro Ramos assumiu ainda, no aeroporto, que já foi contactado pela secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, para também montar "um dispositivo e colaborar nas Jornadas Mundiais da Juventude", com os bombeiros da Madeira a integrarem "equipas do pré-hospitalar".
Quanto a futuras missões no Canadá, país que ainda enfrenta as chamas, o secretário abriu a porta ao envio de mais profissionais. "Se precisarem de incorporar mais bombeiros da Madeira estamos disponíveis para continuar a colaborar", assumiu.
Bombeiros madeirenses ajudam a combater incêndios no Canadá
Esta é a primeira equipa a integrar uma missão operacional internacional, integrada no Mecanismo Europeu de Protecção Civil
Paulo Nóbrega, adjunto dos Bombeiros Voluntários Madeirenses, foi um dos elementos que integrou esta missão e não teve qualquer problema em assumir que regressa com o sentimento de missão cumprida.
Foi uma experiência fantástica. Além de ser a primeira vez que a Região participa numa força operacional conjunta, também foi a primeira vez que Portugal esteve presente na América do Norte, mais precisamente no Canadá. Isso enche-nos de orgulho. Foram duas semanas de trabalho duro, mas voltamos com sentimento de missão cumprida. Fomos todos juntos e todos juntos voltámos. Foi uma frase do coronel António Nunes que levámos connosco e todos os dias esta frase acompanhava-nos. Acho que nos devemos sentir orgulhosos por ter representado a Região. Paulo Nóbrega
Sem conseguir atribuir um momento em que tenham sentido "uma grande dificuldade", Paulo Nóbrega destacou o facto destes cinco bombeiros se terem adaptado a trabalhar em conjunto com outras equipas. "Houve uma grande partilha de conhecimentos. Tinham muita coisa a ensinar e nós também levámos. O nosso território, os nossos fogos florestais, são combatidos à nossa maneira e houve uma grande ligação e acho que no fim o saldo foi positivo", evidenciou.
Um pouco mais magros após "duas semanas duras", os cinco bombeiros chegam à Madeira "bastante cansados" e com a dura memória do facto de não ter sido fácil "gerir as saudades da família", a que acresce a diferença de fuso horário (mais cinco horas) e o facto de, em muitas vezes, terem ficado incontactáveis.