A Guerra Mundo

Zelensky diz que a NATO sem Ucrânia não é NATO

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Foto EPA

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou hoje que "a NATO sem a Ucrânia não é a NATO", e que a organização militar não pode prescindir de um país com a maior experiência na defesa dos seus valores e na utilização das suas armas.

Ao ser interrogado pela agência noticiosa Efe face às expectativas para a próxima cimeira aliada em Vilnius e a possibilidade de o país não receber no conclave da NATO garantias de que será aceite na aliança após o final da guerra, Zelensky referiu que "no continente europeu não há exércitos com a experiência da Ucrânia".

"E Deus nos livre de que exista uma guerra num outro país europeu", adiantou.

Durante uma entrevista com um grupo de 'media' espanhóis em Kiev, assinalou que a Ucrânia "tem um Exército poderoso com grande experiência" e demonstrou no campo de batalha a eficácia do armamento da NATO face à Rússia.

O Presidente ucraniano também se referiu à aposta inequívoca pela NATO por parte da sociedade e da classe dirigente ucranianas e avançou com o argumento geográfico para defender a idoneidade da entrada da Ucrânia na NATO.  

"Há muitos países na nossa região que não possuem grandes exércitos ou muito armamento, que são pequenos", disse Zelensky, para indicar que, após o final da guerra, a Ucrânia terá capacidade para oferecer segurança a essas nações vizinhas com "brigadas de resposta com experiência".

Devido à sua posição geográfica, o envolvimento da Ucrânia na garantia da segurança europeia poderá implicar uma vantagem económica para os países da Europa ocidental ou da América do Norte, que agora têm de garantir o envio de tropas para a fronteira oriental da NATO.

Ao ser questionado sobre as garantias de segurança que a NATO pode oferecer antes de aceitar a inclusão da Ucrânia, Zelensky voltou a frisar que não aceita qualquer alternativa à exceção da integração plena.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.