Madeira

"Mais de 25% dos madeirenses e porto-santenses encontram-se numa situação de instabilidade laboral"

Redução do desemprego e crescimento faz-se à custa da precariedade laboral e baixos salários, critica a CDU

None

"A redução do desemprego e o propalado crescimento económico continuam a serem feitos através do aumento da precariedade laboral e dos baixos salários", afirmou hoje Ricardo Lume, junto às instalações do call-center da ALTICE, na Avenida Zarco, no Funchal. O deputado da CDU falava no âmbito da Semana Social/ 2023, que dedicou o seu último dia à auscultação dos trabalhadores da Região.

O deputado comunista utilizou dados da Direcção Regional de Estatística (DREM) para confirmar o aumento dos vínculos laborais a termo na Região, lembrando que "já são mais de 20 mil os trabalhadores na Região com contratos precários", aos quais se somos os "falsos recibos verdes".

"Verificamos que mais de 25% dos madeirenses e porto-santenses que têm trabalho encontram-se numa situação de instabilidade laboral", destacou.

"A precariedade laboral  é a precariedade da vida, é a precariedade da família, é factor de instabilidade, atinge principalmente os jovens, em média um trabalhador com vínculo precário aufere salários inferiores em 30 % que um trabalhador com vínculo efectivo", complementou.

Quanto à principal causa de desemprego, os dados da DREM citados pela CDU, indicam o "fim de contratos não permanentes" como o principal motivo. "Ou, seja vínculos laborais precários", insiste Ricardo Lume. A título de exemplo, observou que "no mês de Maio de 2023 representou 27,1% do total dos novos inscritos no Instituto de Emprego da Madeira, ou seja, são mais 211 trabalhadores madeirenses que engrossam as fileiras do desemprego quando se diz que existe falta de mão de obra".

"Pelo facto de a precariedade atingir principalmente os jovens trabalhadores e pelo facto da precariedade laboral ser uma antecâmara do desemprego, 28,1% dos desempregados na nossa Região são trabalhadores com idade entre os 18 anos e os 34 anos, são mais de 2.386 jovens que estão desempregados", reforçou.

Perante esta realidade, a CDU entende que "é necessário tomar medidas para inverter o rumo de precarização do mundo do trabalho, valorizando o trabalho e os trabalhadores, garantindo emprego com direitos e valorizando os salários e as remunerações, garantindo que a cada posto de trabalho permanente represente um vínculo laboral efectivo".