Obsessões
PS de Sines gosta mais do madeirense Grupo Pestana do que o do Funchal
Boa noite!
Nuno Mascarenhas é socialista e presidente da Câmara de Sines desde 2013. Nasceu na antiga Casa dos Pescadores e a sua infância foi passada junto da comunidade piscatória local.
Hoje viu o madeirense Dionísio Pestana colocar a primeira pedra no Pestana Porto Covo Village, o seu quarto empreendimento na costa alentejana, um projecto imobiliário que ronda os 50 milhões de euros, já com 90% dos alojamentos vendidos.
O autarca manifestou "grande satisfação” com o investimento. "A chegada do Pestana Hotel Group ao território vem não só qualificar a nossa oferta turística, como beneficiar muito qualitativamente a aldeia de Porto Covo", sublinhou.
Andreia Caetano também é socialista e actualmente representante do Grupo Municipal do PS-Funchal. É jurista e foi adjunta de Paulo Cafôfo na Câmara do Funchal.
Sem ler todas as partes envolvidas no processo, atirou-se contra a construção de empreendimentos de luxo na zona da Praia Formosa promovida pelo Grupo Pestana, em parceria com CR7, considerando que o processo está ferido de “opacidade e ilegalidades”. Mais, referiu na Assembleia Municipal de ontem que 80% dos apartamentos de luxo que fazem parte deste complexo foram vendidos "numa altura em que nada transparecia sobre as efectivas intenções da autarquia relativamente à revisão do Plano Director Municipal da cidade".
Os dois madeirenses que investem na sua terra têm ainda o condão de transformar os antigos terrenos da Shell em jardins públicos, uma promenade com uma extensão de 1.000 m2, estacionamentos cobertos entre 600 a 650 lugares rotativos públicos, 8 a 9 acessos ao mar públicos e gratuitos, ficando ainda uma área reservada à instalação de apoio à praia, que será concessionada. Mesmo assim, os burocratas socialistas locais de memória curta acham estranho que os promotores vendam fracções ainda em projecto e que tudo configure aldrabice e arranjinhos.
Como podem dois dirigentes socialistas, de duas origens distintas, mas que, pelo que se sabe, ainda pertencentes ao mesmo partido, ter do mesmo grupo hoteleiro madeirense duas visões tão contraditórias?