Não há um madeirense alheio à fama dos CTT. Ou melhor, à má reputação da mesma, talvez pior desde que a empresa virou para as aventuras da banca, retirando o foco da sua génese enquanto única transportadora de acesso geral a todo e qualquer indivíduo, a preços mais ou menos acessíveis.

Cada vez mais e de há uns tempos para cá, quando se começou a falar a sério da inoperacionalidade do aeroporto, parece que isso serviu de desculpa para a generalidade dos envios que ultrapassem os 2kg serem enviados por via marítima! Imagine-se! Se São Pedro soubesse que só vinham embalagens de 1kg, ele deixava os aviões aterrar!

As desculpas são de tal maneira esfarrapadas, fecham os casos abertos no portal da queixa, arranjam um assistente virtual, de seu pomposo nome "Marco" (tinha de ser), deixando claro que qualquer reclamação ou tentativa de falar com um ser humano real, é virtualmente impossível.

Como grande empresa que é, tem contratos com outras empresas maiores ainda, especialmente a nível internacional. A DHL, que também conhecemos, é uma espécie de "ctt alemão". As encomendas que são enviadas pela DHL, desde a Alemanha, por exemplo, seguem por CTT EXPRESSO, quando em Lisboa e em direção à Madeira. "Expresso"... Ou seja, e sabemos, um valor pago bem mais alto que a empresa portuguesa teima em usufruir e não cumprir. O cidadão bem que não tente, começa a indagar. Será que é bem mais barato enviar por Via marítima, num contentor, empilhando uma série de correspondências que sairiam bem mais caros se enviados por avião, mas que para os quais o comprador (cidadão) já pagou? Será esta uma forma de ganhar dinheiro de forma subterfugiosa?

Muitas empresas têm uma política de devolução de valor ou reembolso quando determinado elemento não chega ou o cliente reclama. Com a demora que o envio por via marítima acarreta, é normal que qualquer cidadão se chegue à empresa que envia, quando esta é a que menos culpa tem. Naturalmente, perdendo o item vendido e o dinheiro devolvido, até que optaria por deixar de enviar para a Madeira. Como cidadão, gostaria muito de ver este assunto discutido na ALM e que um voto de protesto fosse lançado.

Mas bem, seguramente a culpa é do Putin e da guerra. Serve de justificação para tudo...

João Freitas