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Trabalhadores do ensino superior pedem respostas sérias do Governo contra precariedade

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Perto de meia centena de trabalhadores do ensino superior reuniram-se hoje em plenário, em frente à Reitoria da Universidade de Lisboa, para pedir respostas sérias do Governo contra a precariedade que persiste no setor.

A iniciativa foi organizada por 13 estruturas sindicais e associações representativas de investigadores, trabalhadores docentes e não docentes, na sequência da manifestação que juntou algumas centenas de profissionais em Lisboa no Dia Nacional do Cientista, em 16 de maio, e no âmbito do dia de luta nacional da CGTP.

"Esta questão não é de agora, mas não há qualquer indício de combate à precariedade", disse à Lusa a presidente da Associação dos Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC), recordando que, na sequência da manifestação em 16 de maio, a tutela convocou a associação para uma reunião agendada para o final de julho.

"Acreditamos que, se o combate à precariedade fosse uma prioridade, essa reunião já teria acontecido", insistiu Bárbara Carvalho.

O tema marcou o plenário que se realizou hoje em frente à Reitoria da Universidade de Lisboa, sob o sol tórrido das 12:30 que não afastou perto de meia centena de investigadores, docentes e não docentes.

Da parte dos representantes dos trabalhadores, que intervieram primeiro, todos acusaram a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de falta de disponibilidade para resolver o problema da precariedade, que afeta trabalhadores em várias funções.

"A situação é gritante", sublinhou André Levy, da Federação Nacional dos Professores, que considerou que a tutela não tem apresentado soluções sérias.

Também Bárbara Carvalho, que representa os bolseiros, argumentou que as medidas apresentadas recentemente pela ministra Elvira Fortunato com vista ao combate à precariedade são insuficientes.

"Não é um penso rápido que queremos, não é mais um paliativo. É o combate sério à precariedade e a ministra tem de se comprometer com isso", sublinhou, defendendo a valorização de todas as funções por via das carreiras existentes, a substituição de bolsas de investigação por contratos de trabalho, o fim dos "falsos professores convidados" e o reforço do financiamento das instituições de ensino superior e ciência.

Joaquim Ribeiro, dirigente do Sindicato da Função Pública do Sul e Regiões Autónomas, acrescenta a necessidade de valorizar os trabalhadores inseridos nas carreiras gerais, mas que têm funções muito técnicas, para as quais foi necessária formação específica.

Por outro lado, lamentou que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não tenha demonstrado, sequer, disponibilidade para receber o sindicato e discutir a situação dos trabalhadores técnicos e administrativos, no âmbito da revisão do regime jurídico das instituições de ensino superior.

Para já, as organizações estão a planear um novo protesto durante o Encontro Ciência 2023, que se realiza entre 05 e 07 de julho em Aveiro.