À primeira vista, parece um título de um filme, mas não é. No entanto, existe uma cidade, nesta nossa bela ilha, que tal e qual um filme passado no faroeste, precisa de um xerife que consiga impor a lei e a ordem. A cidade chama-se Machico.

Refiro-me a situações que ocorrem já há vários anos, sem que alguém faça efectivamente algo para resolver. São os moradores do coração da cidade que pagam à câmara municipal por um cartão de morador, e depois chegam a casa e não existe qualquer estacionamento disponível, porque são muitos os abusos no centro da cidade, onde poucos usam o parquímetro, mas ninguém fiscaliza. São as pessoas que no fim de semana (e até durante a semana) usam as zonas pedonais, e interditas ao trânsito, para passearem com as suas famílias, para serem surpreendidas por viaturas a entrar e a estacionar nessas zonas (nomeadamente ao lado do parque infantil e largo da praça), e esta sim, uma situação MUITO preocupante. Até quando isto vai acontecer? Quando alguma das crianças que por ali brincam for atropelada? É que, efectivamente, existe um parque infantil cuja entrada/saída tem acesso direto a uma zona onde (irregularmente) existe circulação automóvel. Vamos ser reactivos ou proactivos? Reclamações nas autoridades competentes surtem pouco efeito, e, ao que parece, existem acusações mútuas, sem ninguém efetivamente assumir a responsabilidade. A PSP aparece, multa, mas no dia seguinte, lá estão outra vez (os infractores) a fazer o mesmo. E como entram esses infractores, perguntam vocês? Pois bem, existem umas “autorizações” de entrada, emitida pela Câmara Municipal, a alguns operadores de escolas de surf, que, tendo essa autorização, abrem o cadeado da barreira, ficando o mesmo aberto “ad eternum”, e como uma vez me disse um dos infractores, quando o confrontei, “Se está aberto é que é para entrar”. E para além disso, por vezes o tal cadeado, desaparece misteriosamente durante a noite, fica a questão, quem beneficia com a entrada abusiva de viaturas? O Parque infantil? A Praia? Os comerciantes?

Não deveria a Câmara Municipal pôr um travão a isto e impor regras, que protejam os seus munícipes? Se há abusos, não deveria impedir a passagem a qualquer viatura (autorizada ou não)? Ou existem interesses económicos que se sobrepõem a tudo isto? Para quem lá vive, Machico é uma terra sem lei, uma terra desesperadamente à procura de um xerife.

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