A perda de relevância
Só 4% dos sócios votaram a favor do pomposo ‘Plano estratégico’ de Rui Fontes
Boa noite!
Depois do vale de lágrimas, Rui Fontes voltou a sorrir. Hoje rejubilou com o facto de uma mísera representação dos sócios verde-rubros ter dado autorização para a direcção negociar com hipotéticos investidores, tendo em vista a entrada no capital da SAD até ao limite máximo de 40%.
Fontes satisfaz-se com pouco. E bastava que tivesse memória. Devia lembrar-se que foi eleito presidente do Marítimo em Outubro de 2021 num sufrágio em que participaram 1.891 votantes. Hoje votaram 445 sócios, ou seja, menos 1.446 do que no dia da mudança nefasta, sobretudo no capítulo desportivo.
Nesse dia histórico para o clube madeirense, que não tinha duas listas a concorrer aos órgãos sociais há 40 anos, Fontes obteve 65% dos votos depositados nas urnas. Hoje teve o braço no ar de 52,5% dos votantes, o que diz bem da modernidade estatutária do clube que lidera.
Para que conste, hoje apenas 234 sócios votaram a favor do pomposo ‘Plano estratégico’ de Rui Fontes. São bem mais do que os 50 sócios do Marítimo que apresentaram requerimento para marcação de uma Assembleia Geral extraordinária, com um dos pontos a ser a "votação da destituição dos membros de todos os órgãos sociais". Mas são bem menos do que a imensidão que se diz sócia verde-rubra.
Já agora quantos são os sócios efectivos do Marítimo? Serão os 8.509 espectadores que em média foram ver os jogos aos Barreiros nesta época dolorosa e de descida? Serão os 10 mil que constam do Transfermarket? Ou são os 24 mil que surgem na Wikipédia com base no 8.º Anuário "As Finanças do Futebol Profissional" de 2005/2006?
Segundo apurei junto dos meus colegas que trabalham no Desporto são 6 mil os sócios com quotas em dia. Na prática, hoje apenas 7% se pronunciaram, e destes só 3,9% estão com Fontes. Assim vai a representatividade no “maior das ilhas”.