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Líder parlamentar do PS acusa Montenegro de publicidade enganosa sobre pensões

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O líder parlamentar do PS acusou hoje o presidente do PSD de ter feito publicidade enganosa ao espalhar cartazes sobre cortes nas pensões, num discurso em que contrariou a tese de que o Governo socialista não reforma.

Estas críticas de Eurico Brilhante Dias a Luís Montenegro foram proferidas na sessão de encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, no Funchal, em que os deputados socialistas fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande há seis anos.

No plano político, o presidente do Grupo Parlamentar do PS atacou o presidente do PSD por ter "espalhado cartazes pelo país dizendo que o PS ir fazer um corte nas pensões".

"Hoje, a única coisa que podemos dizer a Luís Montenegro é que esses cartazes foram publicidade enganosa, quis enganar os portugueses. Os portugueses sabem quem cortou pensões e sabem quem era o líder parlamentar [do PSD} que não só aprovava esses cortes de pensões, mas que também achava que o país podia ser melhor quando os portugueses viviam pior", declarou.

Em contraponto, o líder da bancada socialista procurou salientar a perspetiva de que as pensões serão aumentadas "outra vez em julho" e de que "a base de aumento para 2024 será equivalente à aplicação da fórmula no início do ano".

"Temos de afastar essa narrativa de que Portugal está melhor, mas, afinal, os resultados não chegam aos portugueses. Chegam sim, estão a chegar a cada um portugueses", sustentou, numa alusão a uma das criticas mais insistentes feitas por forças da oposição.

Para a próxima sessão legislativa, o presidente do Grupo Parlamentar do PS identificou como prioridades a valorização de rendimentos, a gestão dos recursos perante as alterações climáticas e a existência de reformas.

"Quiseram colar a ideia de que o PS não fazia reformas, que o PS é partido de contexto. Enganam-se: A Agenda do Trabalho Digno ou a nova lei das ordens profissionais são reformas", exemplificou.

"Aquilo que não fazemos é uma associação entre reformas e cortes nos rendimentos e nos serviços da administração pública", completou.

Na sua intervenção, com cerca de 20 minutos, Eurico Brilhante Dias procurou ainda negar a tese da oposição de que o PS e o Governo não possuem uma visão de longo prazo, dando como exemplo dados como a captação de investimento direto estrangeiro.

"Estes números só são possíveis porque criámos condições de contexto para que esse investimento chegasse e tivesse um impacto positivo nos salários e nos impostos que suportam o nosso sistema de segurança social", acrescentou.

No seu discurso, o presidente do Grupo Parlamentar do PS agradeceu a presença nas jornadas do ex-líder da UGT Carlos Silva -- "uma personalidade experiente" - e lamentou a ausência de deputados do PS que não conseguiram chegar à Madeira por causa de voos cancelados a partir de Lisboa e do Porto em virtude de ventos fortes nesta região autónoma.

Depois, citou o ministro da Economia, António Costa Silva, que falara antes de si, citando-o na parte em que este sustentou que o Governo, com a sua ação, "fez um cemitério de previsões apocalípticas".

"Não está tudo bem no país, mas, perante as dificuldades, o Governo e o PS demonstraram que, caso de trabalhe com as prioridades certas, há crescimento justo e solidário, não esquecendo a coesão territorial", disse.

Eurico Brilhante Dias defendeu que o PS se distingue da direita neoliberal "por ser a favor de um crescimento que não exclui a justiça social".

"Somos um partido do trabalho e dos trabalhadores. Para nós não há crescimento com balas de prata que fazem diminuir os impostos sobre o capital esperando que no fim algumas migalhas possam sobrar para o trabalho. Para nós, o crescimento económico ou é para todos ou não vale", acentuou.