Regionais 2023 Madeira

CDS aberto ao diálogo com o Chega na Madeira

"Nenhuma resposta é 'sim' ou 'não'", respondeu Nuno Melo quando questionado pelo DN sobre um eventual acordo com o Chega na Madeira

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Foto arquivo

Ao DIÁRIO Rui Barreto manifestou, ontem, que está disponível apenas para "diálogos com todos os partidos que representam a nossa [do CDS] área ideológica"

As ditas "linhas vermelhas" para acordos com o Chega continuam a fazer correr tinta, este sábado, 24 de Junho. Isto porque, ao contrário do que acontece no continente, na Madeira parece haver maior abertura para dialogar com o partido de André Ventura. Isso mesmo assumiu, hoje, o líder do CDS, Nuno Melo, em declarações ao Diário de Notícias (DN).

Apesar de recusar 'pisar o risco' no continente, quando questionado pelo periódico nacional se diria "sim ou não" a um eventual acordo com o Chega na Madeira, Nuno Melo admite que "Nenhuma resposta é 'sim' ou 'não'.

"A percepção que tenho do CDS-M, que é autónomo, é que não fará entendimentos de governo com o Chega. É importante ter-se em conta que o desenho parlamentar da Madeira implica até a existência de partidos [referência ao JPP] que não têm representação parlamentar no continente", ressalva o líder centrista citado pelo DN.

Nuno Melo reitera, de resto, a convicção expressa, ontem, por Rui Barreto.

"O CDS está empenhado numa maioria absoluta que significa que a coligação "Somos Madeira" não depende de quaisquer outros partidos, muito menos de partidos irresponsáveis [referência à IL e ao Chega] que como se viu nos Açores na primeira oportunidade estão disponíveis a abrir o poder ao partido socialista e a deixar cair governos de centro direita", afirmou o líder do CDS ao DN. "Acredito que na coligação terá uma maioria absoluta", reforçou.

Já o líder do CDS-M e secretário regional da Economia, que falava ao DIÁRIO, no final da sessão de abertura do Fórum Económico Internacional, no Funchal, disse estar confiante num bom resultado para a coligação 'Somos Madeira', que junta os centristas ao PSD-Madeira nas Eleições Legislativas Regionais, agendadas para Setembro próximo, tanto que acredita não ser necessário, sequer, colocar a hipótese de acordos com outras forças partidárias, nomeadamente o Chega.

Rui Barreto diz estar em condições para pedir uma "maioria inequívoca, clara, absoluta"

Numa reacção à inexistência de "linhas vermelhas", para Miguel Albuquerque, nas relações com outras forças políticas, o líder do CDS/PP diz aceitar, apenas, acordos com partidos da mesma área ideológica

Na mesma linha de Miguel Albuquerque, líder dos social-democratas madeirenses que governam a Região em parceria com o CDS/PP, Barreto não ter traçado qualquer "linha vermelha" no relacionamento com outros partidos, nomeadamente com o Chega, mostrando-se disponível apenas para "diálogos com todos os partidos que representam a nossa [do CDS] área ideológica". 

"Devemos abrir sempre pontes de diálogo", considera Rui Barreto, que não exclui assim um acordo de governo ou um acordo parlamentar com o Chega na Madeira.

PSD defende eleições na Madeira em 24 de Setembro e rejeita "linhas vermelhas"

O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, defendeu hoje que "a data mais adequada" para as eleições regionais deste ano é 24 de setembro e rejeitou "linhas vermelhas" quanto a futuros entendimentos da coligação PSD/CDS-PP com outros partidos.

Fonte do CDS, citada pelo DN, recorda a propósito as palavras de José Manuel Rodrigues, aquando da declaração de Miguel Albuquerque de que não precisava "do CDS para viver".

O ex-líder do partido e actual presidente da Assembleia Regional ponderou que "os casamentos também se desfazem" e também a frase de proferida por Rui Barreto em 2019: "Nós pensamos pela nossa cabeça e somos uma alternativa ao PSD e ao PS".