Marcha da liberdade em Maputo é notícia hoje no mundo
Saiba que outros temas marcam a actualidade no país e além-fronteiras
Ativistas e políticos moçambicanos convocaram para hoje uma marcha pela liberdade e pelo direito à manifestação em Maputo, três meses depois da repressão policial violenta de uma iniciativa similar que culminou com vários feridos.
A iniciativa ocorre quatro meses após a repressão policial violenta de uma marcha em homenagem ao 'rapper' de intervenção social Azagaia, episódios que deixaram vários feridos e que foram condenados por várias entidades e organizações, classificando-os como um dos sinais mais visíveis das limitações à liberdade de expressão e de manifestação no país.
Para a nova marcha, que visa exaltar "figuras que se bateram pela liberdade" no quadro das celebrações dos 48 anos de independência, que se assinalam no domingo, as autoridades foram avisadas e os organizadores acreditam que não se vão registar episódios violentos.
A iniciativa, promovida pelo partido político extraparlamentar Nova Democracia, visa exaltar, entre outros, os feitos de figuras como Eduardo Mondlane, o fundador da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Samora Machel, primeiro Presidente do país, Afonso Dhlakama, defunto líder do principal partido de oposição (Renamo), Carlos Cardoso, jornalista morto em 2000 quando investigava uma fraude no extinto Banco Comercial de Moçambique, bem como o próprio 'rapper' Azagaia.
A marcha começa por volta das 08:30 locais (07:30 em Lisboa) na Estátua Eduardo Mondlane, centro de Maputo, no mesmo local onde a repressão policial violenta contra jovens que tentaram marchar em homenagem a Azagaia em Maputo ocorreu, em 18 de março.
Hoje, também é notícia:
CULTURA
Uma exposição retrospetiva dedicada a Querubim Lapa (1925-2016), com cerca de 250 trabalhos em desenho e pintura, é inaugurada hoje, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, com entrada livre.
Com curadoria de David Santos, a exposição, que ocupa dois pisos do museu, centra-se na produção pictórica neorrealista do artista, desenvolvida entre o período do pós-guerra, no final dos anos de 1940, e meados da década de 1950.
Nascido em Portimão, Querubim Lapa viveu e trabalhou em Lisboa, onde, entre 1949 e 1954, foi um dos artistas participantes em cinco das dez Exposições Gerais de Artes Plásticas realizadas na Sociedade Nacional de Belas Artes.
DESPORTO
A missão portuguesa nos Jogos Europeus da Polónia tem hoje mais quatro possibilidades de conquistar medalhas na canoagem, além de esperanças de que o padel chegue a uma final e que o atletismo prossiga os bons resultados.
Com cinco pódios já garantidos -- dois ouros, uma prata e dois bronzes -, Portugal tem a oportunidade de aumentar o pecúlio e aproximar-se das 10 medalhas asseguradas em Baku2015, que antecederam as 15 de Minsk2019.
A seleção de canoagem pode regressar aos pódios por Fernando Pimenta, em K1 500 metros, distância mais curta do que os seus prediletos 1.000 e 5.000 metros, nos quais conquistou, até agora, quatro pratas em Jogos Europeus, entre Baku2015 e Minsk2019.
Também o K2 200 misto, com Kevin Santos, campeão da Europa K1 em 2022, e a experiente Teresa Portela tem algumas hipóteses de medalha, sendo mais difícil para Joana Vasconcelos, em K1 500 metros, e Hélder Silva e Inês Penetra, em C2 500 misto.
No padel, a dupla Afonso Fazendeiro e Miguel Oliveira enfrenta nas meias-finais os cabeças de série do torneio, os espanhóis Alonso Rodríguez e Pablo García, garantindo em caso de vitória uma medalha. Perdendo, disputam o jogo pelo bronze no domingo.
O 'prato forte' continua a ser o atletismo, que cumpre o segundo de três dias de Europeu de seleções, hoje com destaque para Evelise Veiga no triplo salto e Isaac Nader, nos 1.500 metros.
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A seleção portuguesa de futebol de sub-21 está hoje obrigada a vencer os Países Baixos para poder manter acesa a esperança de atingir os quartos de final do Europeu da categoria, depois de ter entrado na competição com uma derrota diante da anfitriã Geórgia.
Atual vice-campeã em título, a equipa lusa, que joga a partir das 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Mikheil Meskhi, sob arbitragem do romeno Horatiu Fesnic, precisa de somar os três pontos, frente a uma equipa que empatou 0-0 na estreia na prova diante da Bélgica, sendo que o empate ainda deixa Portugal com uma pequena réstia de esperança, enquanto a derrota afasta definitivamente os a equipa orientada por Rui Jorge.
Os dois primeiros classificados de cada uma das quatro 'poules' acedem à fase seguinte da 24.ª edição do Europeu de 'esperanças', que engloba 16 participantes pela segunda ocasião seguida e tem decorrido desde quarta-feira entre três cidades da Geórgia e duas da Roménia, estando a final aprazada para 08 de julho, na Adjarabet Arena, em Batumi.
LUSOFONIA & ÁFRICA
O atual Presidente da Serra Leoa e o seu principal opositor defrontam-se hoje nas eleições de que sairá o próximo chefe de Estado, num país onde quase 60% da população vive na pobreza.
As eleições são gerais - presidenciais, parlamentares e municipais -- mas a corrida presidencial centra as atenções dos 3,4 milhões de eleitores, que podem escolher entre 13 candidatos ao cargo, dos quais apenas dois, contudo, têm hipóteses de vitória.
O atual Presidente, Julius Maada Bio, e o principal líder da oposição, Samura Kamara, voltam a defrontar-se depois de em 2018, Bio, 59 anos e líder do Partido Popular da Serra Leoa (SLPP), no poder, ter vencido à segunda volta.
Samura Kamara, de 72 anos, líder do Congresso de Todos os Povos (na oposição), ex-governador do Banco Central, antigo ministro das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, procura a desforra da derrota anterior.
Na Serra Leoa, quase 60% da população vive na pobreza e o aumento do custo de vida tem alimentado a violência, reprimida pelas forças de segurança, que em agosto do ano passado resultou na morte de dezenas de pessoas.
Nos últimos dias, os protestos têm crescido nas ruas, face à frustração da população devido à crise económica que assola o país, e com exigências de eleições justas, estando convocados novos protestos para hoje.