Madeira

Milhares assistem às marchas de São João no Porto Santo

No final do trajecto 'popular' que irá terminar no palco principal, na Praça do Barqueiro, todos os grupos saem vencedores

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São cerca de 450 que dão corpo às marchas que já percorrem as ruas do Porto Santo e muitos milhares que se colocam à beira da estrada para ver passar os quatro grupos – ou sítios – que se juntaram, idealizaram, ensaiaram e, finalmente, materializam o ponto alto das festas de São João na Ilha Dourada.

Existem quatro grupos. A Camacha terá 120 pessoas, a Cidade contará com 127 elementos, no Campo de Baixo serão mais 120 participantes e Campo de Cima com 85.

Na Camacha o tema escolhido pendeu para ‘Os Carreireiros’, no fundo para homenagear aqueles que faziam a travessia entre o Porto Santo e o Funchal, a bordo do Maria Cristina, e que transportavam vários bens entre as duas ilhas. Cal, água, gado e bens alimentares estão devidamente representados em cinco alas. O elemento mais novo tem um ano e meio e o mais velho 72, um misto de gerações que vão fazer recordar os embarques e desembarques no antigo cais e no areal da Ilha Dourada.

A marcha da Cidade opta pelas 'Lambecas' - com direito a tema original, cuja letra é da autoria da Claúdia Faria, música de Eduardo Brito e voz de Sónia Soares. Acaba por ser uma homenagem a José Reis, hoje com 93 anos, e que abriu o famoso quiosque em 1961 dando a provar as suas receitas caseiras de 25 sabores.

‘Fonte dos Namorados é a abordagem escolhida pela marcha do Campo de Cima, numa clara alusão aos tempos em que dadas as restrições familiares “os namorados não se podiam encontrar ou ver”, conforme descreve a organizadora, Susan Freitas. Os elementos que servirão de ornamentação para esta marcha surgem em tons alusivos ao Porto Santo, como o dourado da areia e da vegetação seca por altura do Verão, o azul-turquesa do mar e o verde da canavieira.

Por fim, resta-nos o Campo de Cima com o São João Antigamente. A marcha recordará as tradições e costumes do povo antes de se festejar neste figurino transformado em cartaz turístico. Contam por isso reavivar os convívios que se faziam, as romagens, os grupos que se juntavam nas fontes ou na Capela da Graça, a partilha de mantimentos e a tradição de saltar à fogueira.

No final do trajecto que irá terminar no palco principal, na Praça do Barqueiro, ninguém recebe um qualquer galardão, ou seja, não há vencedores, vencidos, distinções ou prémios de consolação. A conquista é de todos após meses de dedicação.