Francisco Simões homenageado com exposição na Assembleia Legislativa da Madeira
A mostra 'Liaisons' é composta por obras do escultor e outras de vários artistas que renome que integram a sua colecção privada, numa espécie de 'ligação' entre si e com os espaços onde os trabalhos estão patentes ao público
O escultor Francisco Simões foi hoje homenageado, no Funchal, pelo Instituto do Mundo Lusófono (IMLUS), através de uma exposição 'conjunta', que reúne trabalhos seus e outros de vários artistas que integram a sua colecção pessoal. 'Liasisons' ('Ligações', em Português) procura dar a conhecer a essência do génio criativo do autor, em paralelo com o de vários artistas que marcaram o seu percurso criativo e artístico.
A mostra, que está patente em diferentes espaços da Assembleia Legislativa da Madeira, pode ser visitada, gratuitamente, no horário de funcionamento do parlamento madeirense, até ao próximo dia 30 de Setembro.
Márcia de Sousa, directora do MUDAS - Museu de Arte Contemporânea, que assumiu a curadoria desta exposição, nota a mesma "explora um diálogo entre a visão do criador e a sua colecção particular". A mostra integra, além das peças escultóricas e desenhos do próprio Francisco Simões, obras de Picasso, de Vieira da Silva, de Canogar, de Cocteau, de Artur Bual, de Moita Macedo, de Manuel Cargaleiro ou de Nadir Afonso.
"Não querendo o escultor ser apresentado individualmente num processo expositivo, optámos por criar este diálogo entre a sua visão como criador, pondo-os em contraponto e em diálogo com a sua colecção pessoa, as obras e os autores e os amigos que povoam a sua casa", realçou a curadora.
Na ocasião, Isabelle de Oliveira fez questão de salientar o papel do homenageado no panorama artístico nacional, notando a proximidade que este manteve com várias figuras de relevo no mundo francófono. A presidente do Instituto do Mundo Lusófono disse ser, por isso, "natural" e "justa" esta distinção a "um dos maiores escultores portugueses", "com uma genialidade que poucos têm", aproveitando para referir que, no próximo ano, algumas obras de Francisco Simões vão passar a integrar a colecção do Museu do Louvre.
O facto de, até ao momento, o escultor nunca ter recebido "o devido reconhecimento" das autoridades regionais não passou despercebido na cerimónia, que juntou várias figuras civis e militares na Assembleia Legislativa da Madeira. "Não se compreende", notou a responsável pelo IMLUS, aspecto que mereceu, também, os reparos de Pedro Calado.
O próprio escultor, que se sente também madeirense, confirma ser "avesso a homenagens", entendendo não ter feito nada que mereça essa distinção. "Eu faço nesta exposição uma dedicatória a três grandes figuras da cultura madeirense e da cultura nacional", referindo-se a Herberto Hélder, Edmundo Bettencourt e Lourdes de Castro, "esses é que merecem ser homenageados", vincou, não se poupando em elogios a Márcia de Sousa.