Madeira

Presidente da ALM defende uma agenda para aprofundar a cooperação entre os países lusófonos

None

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira pediu, esta tarde, o reforço da união política, económica e cultural entre os países que falam português ou que são influenciados pela presença de portugueses”, como modo de afirmação destes países no mundo. E para tal defendeu uma “agenda a 10 anos” onde sejam traçados objetivos e estratégias de cooperação.

José Manuel Rodrigues falava na abertura do Fórum Económico Internacional, que decorre no Funchal até sábado, com trabalhos repartidos entre o Teatro Municipal do Funchal e o salão nobre do Parlamento madeirense.

“A nova Ordem Internacional que se esboça no horizonte, fruto da pandemia, da guerra no coração da Europa, da possível emergência de novos conflitos, do realinhamento estratégico entre nações e de uma nova correlação de forças entre blocos, deve fazer-nos refletir sobre o futuro do espaço lusófono e da organização que o corporiza, a Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa”, começou por enquadrar.

“No mundo cada vez mais globalizado em que vivemos, a influência e o poder geoestratégico já não se medem por país, mas por cada espaço político e económico, aglutinador de nações, e pela influência que estas uniões podem ter noutras latitudes”. Por isso José Manuel Rodrigues defende “uma união política, económica e cultural mais forte e coesa entre os países que falam português ou que são influenciados pela presença de portugueses”.

“A CPLP não pode ser apenas um grupo de países amigos; uma comunidade de povos que têm em comum a mesma língua; esse é o cordão umbilical, mas podemos e devemos crescer no sentido de uma maior interpenetração política e comercial, criando mais-valias para todos e potenciando a nossa presença no plano internacional”, reforçou.

“A afirmação internacional da lusofonia passa também pela capacidade que tivermos de agregar, de forma mais forte, as nossas comunidades emigrantes a este projeto da Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa.

Este desafio está colocado aos Estados, mas estou convicto de que só será concretizável se conseguir mobilizar as entidades privadas, o meio empresarial e as organizações das nossas sociedades.

Precisamos de ter uma Agenda a 10 anos e de traçar objetivos muito concretos, para que as nossas boas-vontades e as nossas relevantes intenções passem à prática e tenham resultados consistentes no crescimento e desenvolvimento dos nossos povos”, concluiu.

A cerimónia foi marcada ainda pela apresentação do livro 'O Devir da Lusofonia', da autoria de Isabelle de Oliveira, a mentora do evento. Na apresentação do livro, Miguel Silva, diretor do JM Madeira disse que a obra “é uma viagem de amor pela língua portuguesa, pelo espaço lusófono, grande e desaproveitado”.

Seguiu-se um debate com José Arantes, diretor de Relações Internacionais da e Arquivo da RTP, João Pestana Dias, Presidente do The Klub, Business e Lifestyle Club , David Mendes Pinto, Procurador da República, Tito Ada, Embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa , Sílvio Fernandes, Reitor da Universidade da Madeira, Francisco Simões, escultor, e Isabelle Oliveira, Presidente do Instituto do Mundo Lusófono e autora do livro apresentado no Parlamento madeirense.