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Concorrência na compra da TAP interessa ao Governo e à companhia

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O ministro das Infraestruturas afirmou hoje que o aumento de interessados na compra da TAP deve-se à "transformação que tem levado à sua valorização" e que "quanto mais concorrência melhor", para a empresa e para o país.

No final de uma visita à fábrica de Évora do grupo francês Mecachrome, integrada na iniciativa "Governo Mais Próximo", o ministro João Galamba foi questionado pelos jornalistas sobre o interesse da International Airlines Group (IAG) na TAP.

"O interesse desse e de outros grupos demonstra que a TAP está num processo de transformação que tem levado à sua valorização e que desperta o interesse de vários grupos e isso, obviamente, que interessa ao Governo e à TAP", salientou.

Considerando que é bom a empresa "ser sólida, sustentável e estar a crescer para atrair o interesse de grandes grupos europeus do setor da aviação", o governante realçou que "quanto mais concorrência e interesse existir, melhor para a TAP e para o país".

No início deste mês, o presidente executivo da AIG, Luis Gallego, em declarações à agência EFE, admitiu concorrer à privatização da TAP, caso as condições definidas pelo Governo português o permitam e façam sentido para a empresa.

Questionado pelos jornalistas sobre o que quis dizer quando defendeu que um aeroporto em Santarém era longe de Lisboa e se achava que tinha sido mal interpretado, João Galamba escusou-se a falar sobre o assunto.

"Estive cinco horas no parlamento e falei abundantemente sobre esse tema e não tenho nem mais uma palavra a acrescentar sobre o que disse, porque acho que fui suficientemente esclarecedor", limitou-se a adiantar.

Em relação à indústria aeronáutica, João Galamba notou que houve uma "transformação significativa" no país, lembrando que "era um setor praticamente inexistente" e que foi "construído de raiz" nos últimos anos.

Évora, assinalou, tem "um 'cluster da aeronáutica da maior importância, que emprega mais de mil pessoas e que quer crescer, mas tem desafios, como todas as empresas têm, como a questão da habitação, dos transportes e a contratação de pessoas".

"São problemas transversais a muitas empresas e, obviamente, temos que trabalhar todos, em conjunto, para dar resposta a esses problemas", acrescentou.

Antes de visitar a fábrica da Mecachrome, o ministro das Infraestruturas passou também pelas unidades industriais da empresa aeronáutica Aernnova, adquiridas, no ano passado, à fabricante brasileira Embraer.

Estas duas fábricas da Aernnova, situadas no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, na periferia da cidade, tinham, em outubro de 2022, cerca de 550 trabalhadores, segundo informação divulgada, então, pelo presidente do município.

Inaugurada em 2017, a unidade fabril da Mecachrome, que se situa igualmente neste parque industrial e onde são produzidos componentes e peças para a indústria aeronáutica, possui 248 trabalhadores e tem um volume de negócios de 26 milhões de euros.

A fábrica de Évora da Mecachrome tem como principais clientes a Airbus, a Safran e a Rolls Royce.