BE pede data de eleições na Madeira com tempo para campanha transparente e maior participação
A líder bloquista pediu ao Presidente para marcar a data das eleições madeirenses dando "tempo para uma campanha transparente e com a maior participação possível", manifestando preocupação com a "fragilidade dos serviços públicos" perante a Jornada Mundial da Juventude.
Mariana Mortágua, acompanhada pelos dirigentes bloquistas Pedro Filipe Soares e Jorge Costa, foi hoje apresentar cumprimentos a Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém na sequência da eleição como coordenadora do BE, um encontro que durou quase uma hora e meia.
Aos jornalistas, a líder bloquista disse ter manifestado três preocupações ao Presidente da República, a primeira das quais com a "situação social em Portugal, com grande enfoque na crise da habitação".
Outras das preocupações de Mariana Mortágua é com as eleições na Região Autónoma da Madeira, entendendo o Bloco que é preciso "tempo para uma campanha transparente" e ainda uma data que permita a "maior participação possível" dos eleitores.
"Isso significa que entre a data do anúncio e a data das eleições tem que haver um espaço de tempo que permita haver campanha. É muito importante que isso aconteça na região autónoma da Madeira, onde o PSD tem um poder imenso há demasiados anos", explicou, pedindo ainda uma data que não seja "em fins de semana prolongados ou em momentos que podem impedir ou dificultar essa participação".
O Presidente da República tinha ouvido precisamente na quarta-feira os cinco partidos com assento na Assembleia Legislativa Regional da Madeira sobre a data das eleições regionais madeirenses deste ano, audiências das quais ficou de fora o BE uma vez que não elegeu representação no último ato eleitoral.
A terceira preocupação que a coordenadora do BE levou ao chefe de Estado prende-se com a organização da Jornada Mundial da Juventude, em agosto, período em que se prevê "que possam afluir à zona de Lisboa até dois milhões de pessoas".
"Preocupa-nos a organização dos serviços públicos perante essa tão grande afluência de pessoa em três áreas essenciais: na saúde, nos transportes e na proteção civil, com uma particular preocupação relativamente aos bombeiros e à proteção de incêndios uma vez que profissionais terão que estar destacados para o acompanhamento deste evento, mas que também têm outras necessidades de proteção de todo o território", detalhou.
A apreensão dos bloquistas aumenta pelo facto de temerem que "o Governo acabe por compensar a sua falta de preparação nesta jornada com algum autoritarismo sobre os trabalhadores dos serviços públicos".
"Acabam [os trabalhadores] por ser transferidos de um lado para o outro sem que a sua opinião seja devidamente considerada ou impedidos de tirar férias neste período", referiu, alertando para "esta fragilidade dos serviços públicos perante este evento".