Submersível continua desaparecido no Atlântico e restam 40 horas de oxigénio
A Guarda Costeira dos EUA continua sem sinais do submersível desaparecido desde domingo no Atlântico Norte numa descida aos destroços do Titanic, com cinco pessoas a bordo, quando restam menos de 40 horas de oxigénio a bordo.
Durante uma conferência de imprensa em Boston, no nordeste dos Estados Unidos, o capitão da Guarda Costeira dos EUA Jamie Frederick admitiu que as buscas do Titan, que estão a ser feitas com a ajuda do Canadá, "não deram resultados" por enquanto, continuando as operações para detetar o submersível e os seus ocupantes, de nacionalidade norte-americana, britânica e francesa.
O jornalista da cadeia televisiva norte-americana CBS News David Pogue, que viajou até ao Titanic a bordo do Titan no ano passado, disse que o veículo usa dois sistemas de comunicação: mensagens de texto trocadas com um navio de superfície; e 'pings' de segurança que são emitidos a cada 15 minutos para indicar que o submersível ainda está a funcionar.
Ambos os sistemas pararam cerca de uma hora e 45 minutos depois de o Titan ter submergido, no domingo.
"Isto significa uma de duas coisas: ou eles perderam toda a energia ou o submersível abriu uma brecha no casco e implodiu instantaneamente. Ambas são devastadoras", disse Pogue.
Hoje, a França anunciou que o instituto Ifremer de ciências oceânicas enviou um navio, o Atalante, equipado com um robô subaquático, o Victor 6.000, para procurar o submersível.
O Victor 6.000 deve chegar ao seu destino na quarta-feira e vai mergulhar até uma profundidade de cerca de 4.000 metros para realizar a operação de busca.
O secretário do Mar francês, Hervé Berville, explicou que um grupo de operadores franceses se deslocou para a orla do Atlantis para poder operar o robô, que mergulhará a uma profundidade de cerca de 4.000 metros.
Berville explicou que se trata de um pedido expresso do Presidente francês, Emmanuel Macron.
A comunicação com o submersível perdeu-se 45 minutos após o início do mergulho, no domingo à noite (hora local), disse a empresa OceanGate Expeditions, proprietária da embarcação e organizadora das viagens aos destroços do Titanic.
Os restos do Titanic - que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 - estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Newfoundland.
A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá, citado pela agência norte-americana AP.
O submersível tinha uma reserva de oxigénio de 96 horas quando se fez ao mar pelas 06:00 de domingo (hora local), de acordo com David Concannon, um conselheiro da OceanGate, o que transforma a operação num contrarrelógio.