Moscovo considera que a NATO prefere a guerra ao recusar o congelamento do conflito
chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou hoje que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) prefere a guerra ao rejeitar o congelamento do conflito na Ucrânia.
"Se a NATO, através da boca de [Jens] Stoltenberg (secretário-geral), voltar a dizer que é contra o congelamento, como eles dizem, do conflito na Ucrânia, então eles querem a guerra", disse Lavrov à televisão estatal russa.
Stoltenberg disse na segunda-feira que a Aliança Atlântica apoiará a Ucrânia enquanto for necessário, mas advertiu contra o congelamento do conflito em troca do fim das hostilidades.
A solução, segundo Stoltenberg, não pode ser baseada numa "paz ditada" por Moscovo, mas sim numa contraofensiva bem-sucedida de Kiev para retomar o território ocupado pelas tropas russas.
"Deixem-nos lutar nessa altura. Estamos prontos", respondeu Lavrov, citado pela agência espanhola EFE.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Moscovo "há muito que compreende os objetivos da NATO na Ucrânia".
O fornecimento de armas da NATO, o fornecimento de informações e o treino de militares ucranianos são a prova "de facto" de que a Aliança está diretamente envolvida numa guerra contra a Rússia, acrescentou.
Moscovo tem acusado o Ocidente de travar uma "guerra por procuração" contra a Rússia através da Ucrânia.
O atual conflito armado entre os dois países vizinhos começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia para a "desmilitarizar e desnazificar".
A NATO e outros aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento a Kiev para combater a invasão russa.
Os aliados da Ucrânia também impuseram sanções económicas a Moscovo para tentar diminuir a capacidade russa de financiar a guerra.