Montenegro desafia primeiro-ministro a baixar impostos
O presidente do PSD, Luís Montenegro, desafiou hoje o primeiro-ministro a descer os impostos em Portugal, recusando falar dos "casos, casinhos e novelas" com que diz que o Governo PS vem distraindo o país.
O líder social-democrata afirmou que "o Governo do PS só não desce os impostos em Portugal se não quiser, é pura vontade política".
"Eu hoje não quero dar para esse peditório, hoje não quero distrair o país com mais comentários sobre as novelas que nunca mais acabam do Governo, eu hoje quero falar de uma coisa especial e é só uma mesmo, eu quero falar de impostos", afirmou o líder social-democrata, em Mondim de Basto.
O presidente do PSD juntou-se ao jantar de homenagem a Bruno Ferreira, o presidente da Câmara de Mondim de Basto que, em setembro, sofreu uma paragem cardiorrespiratória, esteve internado 80 dias nos cuidados intensivos do Hospital de São João, no Porto, e regressou à autarquia em janeiro.
"O Governo vem distraindo o país com casos, com casinhos, com casões, com novelas e com a alimentação de novelas", referiu para, depois, acrescentar que parece que estas questiúnculas "aparecem propositadamente" para não se falar "daquilo que interessa".
O líder do PSD disse que as pessoas, empresas e instituições estão a ser "asfixiados" com impostos e apontou que, nos primeiros quatro meses do ano, entre janeiro e abril, se cobraram, "comparativamente com aquilo que se fez no ano passado, mais dois mil e quinhentos e nove milhões de euros em termos de receita fiscal".
"O Estado já cobrou, de janeiro a abril, aquilo que queria cobrar a mais até dezembro, o que também quer dizer, portanto, que de maio até dezembro tudo o que for cobrado a mais é para os bolsos do Estado", salientou, aproveitando para desafiar António Costa a "não fazer sofrer as pessoas".
"Há condições para nós pagarmos menos impostos, há condições para o Governo implementar a nossa proposta que os jovens até aos 35 anos paguem no máximo 15% de IRS, há condições para que as pessoas que têm menos rendimentos e para que a classe média, até ao sexto escalão do IRS, possam pagar menos IRS já. Isso não põe em causa as contas públicas", frisou.
E especificou que, "só de IRS, o aumento da receita fiscal nestes quatro meses foi superior a 10%, o mesmo aconteceu com o IVA, e o IRC foi superior a 30% daquilo que foi cobrado no ano passado".
"Ou seja, o Orçamento do Estado prevê o crescimento da receita dos impostos de 3%, mas os três principais já estão a subir a dois dígitos face aquilo que aconteceu no ano passado", sustentou.
E sublinhou que "as contas dos primeiros quatro meses do ano abrem a possibilidade de baixar os impostos em Portugal".
Foram muitas as pessoas que hoje se juntaram à homenagem a Bruno Ferreira, que foi eleito pelo PSD nas eleições autárquicas de 2021.
"Contra todas as estatísticas, menos de 5%, estou aqui para celebrar a vida", afirmou o autarca do distrito de Vila Real, lembrando que as pessoas com diagnóstico semelhante, que sobrevivem sem sequelas profundas, correspondem a uma percentagem muito reduzida.