Três oradores abordam o tema ‘Além-Mar’
Hoje decorre o segundo dia da conferência ‘Portugal e o Mar - A Engenharia Azul’, no Centro de Congressos da Madeira
Depois de uma manhã dedicada a ‘Um Mar de Recursos’ e à ‘Conservação e o Mar’, o programa da conferência ‘Portugal e o Mar - A Engenharia Azul’, continua neste segundo e último dia, com um painel dedicado ao ‘Além-Mar’. A moderar a conversa está Sílvio Fernandes, reitor da Universidade da Madeira.
A primeira oradora, Assunção Cristas, professora da NOVA School of Law e responsável da Plataforma de Serviços Integrados ESG e da área Ambiente da Vieira de Almeida & Associados (VdA) que abordou ‘A sustentabilidade como inspiração de novas soluções para o Oceano’.
Na ocasião, Assunção Cristas referiu que para existir uma actividade hídrica e marinha é importante estar atento à sustentabilidade e respeitar a legislação. “O mar é muito povoado”, disse acrescentando que temos “cabos a passar, zonas de protecção, interesse nas eólicas e outras actividades e percebemos que é um espaço enorme, mas não é”.
O principal desafio passa investir efectivamente, mas sem deixar “ninguém para trás”. “Qualquer destaque que se faça nas áreas do mar” tem de ser respeitado o sentido de apropriação, nomeadamente ter em atenção ao trabalho da pesca.
Para existir uma actividade sustentável, Assunção Cristas defende que devem existir salvaguardas mínimas: direitos humanos e laborais, cooperação e combate à corrupção e a concorrência leal.
No fim da sua intervenção deixou um desafio aos engenheiros da sala: migração em mar profunda, “um tema com grande potencial de conflito no mundo inteiro”, referiu.
Por seu turno, Ruben Eiras, secretário-geral do Fórum Oceano Cluster da Economia do Mar, falou sobre ‘Acelerar uma economia azul com impacto em Portugal’
Ruben Eiras apelou na inovação da economia azul, abordando a criação do ‘Hub Azul’, onde desafiou a Ordem dos Engenheiros da Madeira participar nos centros de inovação de economia azul instalados em portos de Portugal continental, que pretendem ser fábricas de inovação e de criação de produtos e serviços, assim como de soluções em diversos sectores.
Por fim, José Vieira, presidente do World Federation of Engineering Organizations (WFEO) e comissário para o ano de 2023 Energia e Clima, falou sobre ‘Mar e Engenharia: Inovação e Sustentabilidade’.
No seu discurso abordou a importância e o papel da engenharia na sociedade, um trabalho que se tem desenvolvido ao longo da história, assim como os grandes desafios da protecção dos oceanos: poluição, alterações climáticas, pesca excessiva e ilegal e a acidificação.
No que concerne aos desafios do mar reforçou que passam pela pesca, aquicultura, transporte marítimo, a monitorização ambiental, o turismo, a biotecnologia marinha e os recursos geológicos e minerais.
Já sobre as inovações disse que estas devem promover a sustentabilidade e promover uma engenharia marítima sustentável.
A concluir, relativamente às tecnologias que devem ser utilizadas nomeou os drones e os veículos submarinos autónomos, sensores remotos, sistema de inteligência artificial e o sistema global de Sistema de navegação por satélite.
A Ordem dos Engenheiros está a organizar um grande debate nacional relacionado com o mar.