EUA retaliam suspensão da participação russa no tratado nuclear Novo START
O governo dos Estados Unidos retaliou a suspensão pela Federação Russa do tratado nuclear Novo START, com o anúncio, na quinta-feira, da revogação dos vistos dos inspetores nucleares russos e do indeferimento dos pedidos pendentes para novos monitores.
A retaliação inclui também o cancelamento das autorizações-padrão para os aviões russos entrarem no espaço aéreo dos EUA.
O Departamento de Estado disse que está a dar estes passos e outros em resposta às "violações atuais" do Novo START, o último tratado de controlo de armas que permanece entre os dois Estados, cujas relações bilaterais estão tensas devido à invasão russa da Ucrânia.
"Os EUA estão comprometidos com a aplicação total e mútua do Novo Tratado", disse. "Consistentemente com este compromisso, os EUA adotaram contramedidas legais em resposta às atuais violações do tratado Novo START pela Federação Russa".
O Departamento adiantou que esta retaliação, bem como a decisão dos EUA de acabar com a partilha de informação sobre o estatuto ou localização de mísseis e informação sobre o lançamento de mísseis com a Federação Russa, é consistente com a lei internacional.
Contudo, os EUA vão continuar a avisar Moscovo dos seus testes de lançamento, acrescentando que as decisões de agora são reversíveis, desde que os russos regressem ao cumprimento do tratado.
A Federação Russa suspendeu a sua participação no Novo START em fevereiro, uma decisão que os EUA classificaram como "legalmente inválida".
Inspeções autorizadas a sítios de armas e fornecimento de informação sobre a localização dos mísseis balísticos intercontinentais e baseados em submarinos e os seus lançamentos de teste são componentes críticas do Novo START, assinado em 2010 pelos presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev.
Apesar de ter sido prolongado depois de Joe Biden ser empossado como presidente dos EUA, o Novo START foi testado severamente com a invasão russa da Ucrânia e tem estado em suporte de vida desde que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Federação Russa iria deixar de cumprir as suas disposições.