Na última semana, aconteceram vários acidentes nas vias rápidas e expresso da Região. Na sequência das notícias sobre esses eventos, vários foram os leitores que disseram não se justificar vias rápidas e expresso, nem as velocidades muitas vezes adoptadas pelos condutores, porque não permitem grandes ganhos de tempo. Mas será mesmo verdade?

Para tentar responde à questão, calculámos, apenas para a via rápida Ribeira Brava – Machico, os tempos necessários para a percorrer a uma média de 80 Km/h, a 100 Km/h e a 120 Km/h.

É preciso notar que apenas a primeira é possível de ser realizada sem violar os limites máximos estabelecidos e, isso, apenas em dias de sol, quando são permitidos 90km/h em boa parte do percurso. Os cálculos para velocidades, que excedem os limites legais, visam corresponder ao que é praticado, em particular, por quem se envolve em acidentes e, verificar se, do ponto de vista de ganhos de tempo, tais práticas são compensatórias.

Como poderá constatar no quadro abaixo, se um condutor percorrer os 44 Km da via rápida a 80 km/h precisará de 33 minutos. Se fizer o mesmo percurso a 120 km/h necessitará de 22 minutos. São mais 11 minutos.

No entanto, a esmagadora maioria das viagens de quem utiliza mais frequentemente a via rápida, acontecem apenas em parte da via. Por isso, fizemos dois cálculos que se aproximam mais dessa realidade, ainda que tenhamos tentado ‘pecar’ por excesso.

Fizemos os cálculos para as mesmas velocidades, para os percursos entre a Ribeira Brava e Santa Luzia (Viveiros) e entre Machico Sul e a Pestana Júnior.

No primeiro caso, a diferença entre viajar a uma média de 80 km/h ou de 120 Km/h seria de pouco mais de quatro minutos. No segundo caso, a diferença seria de cinco minutos.

Pelo exposto, é razoável concluir que os ganhos de tempos em exceder as velocidades permitidas e/ou razoáveis para a principal via rápida da Região, não traz significativos ganhos de tempo.

Nota, ainda, para o facto de esta análise incidir apenas nas velocidades adoptadas pelos automobilistas, sem considerar outros factores, que em muito podem influenciar os tempos de viagem, como a intensidade do trafego, as características dos mesmo, as condições da via ou as condições meteorológicas.