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Ventura acusa Costa de imoralidade por escala em Budapeste

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O presidente do Chega acusou hoje o primeiro-ministro de "hipocrisia política e imoralidade" por parar em Budapeste quando viajava numa aeronave da Força Aérea e ter visto um jogo de futebol ao lado de Viktor Orbán.

"Querer estar com José Mourinho e apoiar um treinador português, um jogador português, uma equipa portuguesa é sempre louvável, mas António Costa não colocou na agenda pública que ali estaria, o que significa que, de alguma forma, um equipamento do Estado foi utilizado para finalidades que, não sendo secretas, foram mais privadas do que políticas ou públicas", afirmou André Ventura, defendendo que "os equipamentos do Estado, suportados pelo erário público e pelo contribuinte, não devem ser utilizados desta forma".

Num vídeo divulgado aos jornalistas, o líder do Chega comentou a notícia avançada pelo Observador de que o primeiro-ministro fez uma escala em Budapeste - quando viajava num Falcon 50 da Força Aérea - onde assistiu à final da Liga Europa ao lado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

"É uma tremenda hipocrisia política e uma tremenda imoralidade", criticou Ventura.

O presidente do partido de extrema-direita considerou também que a situação pode constituir "uma irregularidade, eventualmente até uma ilegalidade, mas, sobretudo, uma enorme imoralidade", acusando o primeiro-ministro de "utilizar o aparelho público para as suas próprias finalidades".

"Igualmente lamentável, mas que mostra o tipo de hipocrisia política a que estamos habituados, é o uso de todos os meios para ganhar apoio político na Europa", afirmou André Ventura, apontando que Costa "parece estar mais preocupado com a campanha europeia, com o seu próximo lugar, do que com gerir Portugal, com a política portuguesa".

O líder do Chega apontou que António Costa critica as políticas do primeiro-ministro da Hungria, mas "mesmo assim não se inibe de ir ter com o primeiro-ministro húngaro para eventualmente ter o seu apoio".

O jornal Observador noticiou hoje que António Costa fez escala em Budapeste, em 31 de maio, quando seguia a caminho da Moldova para a cimeira da Comunidade Política Europeia, sem que o evento tivesse sido colocado em agenda.

De acordo com o mesmo jornal, o chefe do governo português viajou num Falcon 50 da Força Aérea Portuguesa e assistiu ao jogo da final da Liga Europa de futebol entre o Sevilha e a Roma, equipa italiana orientada por José Mourinho, ao lado do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

A agência Lusa questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre este assunto, mas não obteve resposta até ao momento.

Questionado pelos jornalistas na sexta-feira, o Presidente da República disse ter sido informado desta escala.

"O primeiro-ministro ia para uma reunião internacional e entendeu que devia dar um abraço a José Mourinho. Ele disse-me 'é um português que está envolvido, vou-lhe dar um abraço, pode ser que dê sorte' e quase ia dando", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

Num outro vídeo divulgado hoje aos jornalistas sobre os incêndios de Pedrógão Grande, que aconteceram há seis anos e provocaram 66 mortos, o presidente do Chega acusou também o primeiro-ministro de "tremenda hipocrisia" por "assinalar os seis anos de Pedrógão como se tivesse feito o seu trabalho", considerando que o Governo "não fez o seu trabalho e falhou" àquelas populações.

Dirigindo-se a António Costa, o líder do Chega afirmou que o Governo "não soube prevenir, não soube reparar, nem sequer permitiu que se retirassem consequências políticas e outras das tragédias que aconteceram".

E considerou que o primeiro-ministro "é o grande responsável do que aconteceu" e o executivo "é o grande responsável porque tanto sofrimento continua ainda hoje a abalar essas famílias e a abalar essas zonas de Portugal", sem especificar ao que se referia.