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Polícia manteve actos de violência e racismo em Minneapolis após morte de George Floyd

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A polícia de Minneapolis continuou a utilizar força excessiva e a envolver-se em discriminação racial após o assassinato de George Floyd por um dos seus agentes, refere um relatório do Departamento da Justiça dos Estados Unidos.

As forças de segurança nesta cidade do norte dos EUA "utilizam frequentemente força excessiva", incluindo força letal, e "discriminação ilegal contra negros e afro-americanos", pode ler-se no relatório hoje divulgado.

"Para benefício da polícia e das autoridades municipais, foram introduzidas mudanças significativas" desde a tragédia, mas "ainda há trabalho a ser feito", destacou o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, que apresentou 28 recomendações.

As autoridades locais e federais vão agora negociar um acordo sobre as reformas a realizar, cuja implementação estará sujeita à supervisão de um tribunal, explicou Garland durante uma conferência de imprensa organizada em Minneapolis.

Em 25 de maio de 2020, o polícia branco Derek Chauvin sufocou George Floyd, um afro-americano com cerca de 40 anos, ao ajoelhar-se sobre o seu pescoço durante mais de nove minutos. A agonia de Floyd, filmada por um civil e publicada 'online', gerou grandes protestos nos Estados Unidos e em outros países.

Durante dois anos, a investigação do Departamento de Justiça debruçou-se sobre relatos de incidentes entre 2016 e agosto de 2022, bem como na análise de imagens de câmaras policiais, que resultaram em conclusões vertidas num relatório de 89 páginas.

"Muitos polícias fazem o seu difícil trabalho com profissionalismo, coragem e respeito. No entanto, a nossa investigação concluiu que problemas sistémicos possibilitaram o que aconteceu com George Floyd", sublinham os investigadores.

"Durante anos, a polícia de Minneapolis utilizou técnicas e armas perigosas contra pessoas que cometeram apenas delitos menores, se é que os cometeram", apontam, referindo-se em particular à técnica de estrangulamento (mata-leão), agora proibida.

Os agentes "patrulham os bairros de maneiras diferentes de acordo com a sua composição étnica", com 'cowboys' a oferecerem-se para ir a bairros predominantemente afro-americanos, acrescentam.

"Os dados mostram que, em situações sem detenção, os polícias de Minneapolis examinam negros e afro-americanos seis vezes mais do que brancos", apontou ainda Merrick Garland.

No entanto, desde a morte de George Floyd, os agentes costumam esconder a etnia das pessoas com quem interagem nos seus relatórios, "o que torna mais difícil detetar e combater a discriminação".