A Guerra Mundo

Moçambique reafirma "imparcialidade" e apelo ao diálogo para a paz

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Moçambique reafirmou hoje "imparcialidade" e apelo ao diálogo para pôr termo à guerra na Ucrânia após a invasão da Rússia, classificando-o como um conflito com "impacto global".

O tema fez parte da 33.ª Sessão do Diálogo Político entre Moçambique e a UE, que hoje se realizou na cidade de Tete, interior centro do país.

No encontro, o Governo de Moçambique "referiu-se às recentes visitas dos chefes da diplomacia ucraniana e russa ao país como testemunho da sua imparcialidade e defendeu o diálogo como instrumento para a paz", indica o comunicado conjunto no final da reunião.

Já a UE "reiterou a solidariedade com o povo ucraniano, considerou a agressão russa brutal, ilegal e ilegítima e defendeu que os responsáveis por todo o tipo de crimes cometidos nesse contexto devem responder perante a justiça internacional".

Apesar das diferenças, o respeito pela soberania é o denominador comum.

"Neste capítulo, as partes [UE e Moçambique] proclamaram o respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados e a importância da resolução pacífica de conflitos", acrescenta o documento.

Moçambique recebeu Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, a 26 de maio e Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, no último dia do mês passado.

A Ucrânia anunciou a abertura de uma embaixada em Moçambique e convidou o chefe de Estado, Filipe Nyusi, a visitar o país, enquanto a Rússia indicou que o Presidente moçambicano e Vladimir Putin deverão encontrar-se em julho, à margem da cimeira Rússia-África, em São Petersburgo.

Nas visitas, as delegações dos dois países em guerra declararam empenho no reforço de relações com Moçambique, enquanto o país lusófono reiterou o seu apelo à paz e disponibilidade para promover o diálogo -- uma posição que tem defendido no lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Os trabalhos da sessão de Diálogo Político entre a UE e Moçambique foram liderados pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, e pelo embaixador da União Europeia em Maputo, Antonino Maggiore.

Participaram no encontro os embaixadores dos estados-membros residentes em Moçambique, nomeadamente, da Alemanha, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal e Suécia, assim como representantes da Áustria e da Bélgica.