Sr. Deputado Carlos Pereira: Ignorância ou malabarismo?
Um artigo de opinião recentemente assinado pelo sr. Deputado do PS, Carlos Pereira, elegia o combate à pobreza como um dos maiores desafios da Madeira. “Não há qualquer dúvida”, escrevia. Infelizmente, o que o artigo mais levanta são dúvidas!! Dúvidas se o colunista se preparou sobre o tema ou se escreveu de forma deliberada para confundir os seus leitores.
Primeiro, fala o sr. Deputado sobre o esforço feito pelo Governo da República para “aliviar” o risco de pobreza. Ora bem, o senhor sabe bem o que a Madeira sofre a reboque de muitas dessas medidas! Apenas um exemplo, para não me alongar, alguém se lembra da compensação às empresas pela subida do salário mínimo em 2022? Não abrangeu a Região porquê? Então, os madeirenses não são portugueses? Mais haveria por dizer!
É verdade, Dr. Carlos Pereira que a Madeira tem um Governo próprio e pode implementar medidas próprias para apoiar as pessoas mais carenciadas. Por acaso, já ouviu falar no Kit Bebé, no programa + Visão, no Cartão de Reembolso Especial, no Gás Solidário, no Programa de Recuperação de Imóveis Degradados, no Reequilibrar, uma medida de apoio às famílias com crédito à habitação? E mais haveria a enumerar…
Outra questão a esclarecer: Na Madeira, o Salário Mínimo aumentou, entre 2015 e 2023, 269 euros. Ou seja, mais 52,4% contra os 40% ao nível nacional que propagandeia no seu artigo.
Nos setores como a Hotelaria e a Construção Civil, foram negociadas subidas históricas, acima do salário mínimo. Não lhe apraz dizer nada sobre a nossa estabilidade social? Já para não falar nas carreiras dos professores e dos enfermeiros… Sr. Deputado, se há alguém que não anda a fazer bem o trabalho de casa é o Governo do PS, ao qual o senhor pertence, com medidas que têm muito impacto, sim, mas negativas, não só que diz respeito à pobreza nacional como a Regional.
Deixo aqui sugestão de que se prepare um pouco melhor para as suas escritas, até porque gostamos de o ler. E, já agora, para não me alongar mais, a sua sugestão para criar um complemento regional de apoio aos idosos está no terreno, desde 2021, e ao contrário do Continente, a Região facilitou o acesso a esta medida criada com orçamento próprio.
Na Região, os idosos podem contar, graças a este apoio, com 960 euros para compensar as reformas nacionais que não dignificam a nossa população mais reformada.
José T. Silva