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Rússia considera "puro satanismo" aumento de adolescentes transgénero nos EUA

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O presidente do parlamento russo, Viacheslav Volodin, qualificou hoje como "satanismo puro" o aumento de transexuais adolescentes americanos e rejeitou que isso aconteça na Rússia.

"Não queremos que haja isso no nosso país. Que apliquem essa política diabólica nos EUA. Veremos como isso termina. Não trará nada de bom. Puro satanismo", disse Viacheslav Volodin durante a sessão plenária da Câmara dos Deputados russa.

O presidente da Duma criticou o facto de que nos Estados Unidos o número de adolescentes transexuais "já é três vezes maior do que entre a população adulta" e defendeu que "isso é resultado da propaganda" e que "o número de crianças que recebem terapia hormonal [nos EUA] mais que duplicou nos últimos cinco anos".

Viacheslav Volodin efetuou as declarações na sessão em que a Duma aprovou, em primeira leitura, uma lei que proíbe as operações cirúrgicas para mudar de sexo, um projeto que causou alarme entre a comunidade transexual.

O projeto foi encaminhado à câmara baixa por 400 deputados - de um total de 450 na câmara baixa - dos cinco partidos com representação parlamentar, incluindo o partido do Kremlin, Rússia Unida.

Entre 2018 e o ano passado, mais de 2.700 russos mudaram de sexo nos documentos, registando-se quase 200 casamentos.

Por sua vez, o vice-ministro da Saúde russo, Oleg Salagái, estimou hoje em 996 o número de pedidos de mudança de sexo em 2022 e prometeu que os transexuais vão continuar a receber ajuda médica.

"Que [a transexualidade] seja um estado doentio não me deixa dúvidas", sublinhou.

Os transexuais temem que, após a aprovação da lei, aumentem os suicídios entre os membros daquela comunidade e alguns ponderam emigrar.

A reforma constitucional de 2020 introduziu na Carta Magna o conceito de que o casamento é a união entre um homem e uma mulher.

"Casamentos homossexuais não geram filhos", disse o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, que chegou a pregar contra o liberalismo "sem género e estéril".