Adeus 1.ª Liga
O prejuízo financeiro é enorme. Catastrófico. Contas para serem feitas nos próximos dias
Já está. A Madeira já não tem qualquer clube (SAD) na 1.ª Liga. Foi penoso, durou até ao último fôlego mas deu-se o inevitável. Reunindo todos os requisitos conhecidos, percebe-se que outro não poderia ser o resultado final.
O que se verificou mal no princípio da época, continuou no meio e no seu final. Mudar de treinador, para pior, não foi remédio salvador.
Até na marcação das grandes penalidades, a irregularidade conhecida do relvado, que deveria ter sido uma vantagem para a equipa da casa, foi acusada de ser a responsável por três pontapés tontos de incompetentes profissionais.
Logo no próprio dia da desilusão final logo apareceram os habituais candidatos a futuros dirigentes, não a apresentarem soluções mas a exigirem que os responsáveis ponham a cabeça no cepo. Até serem eles os responsáveis.
Todos sabemos quem são os responsáveis. Eles próprios, os responsáveis, sabem que são os verdadeiros responsáveis. É gente que já deu provas mas que não foram suficientes para evitar o actual desastre.
Quererem mudar a anterior situação no Clube levou-os a imaginar que tinham uma boa visão para o problema e que, eles próprios, seriam a solução. Se alguém os aconselhou mal agora deve estar arrependido.
Nem todas as mudanças são boas! Mas, às vezes, há que mudar.
Isto vale para o Marítimo como para o Nacional. E para o União como já se viu.
O prejuízo financeiro é enorme. Catastrófico. Contas para serem feitas nos próximos dias.
Há vinte anos o governo regional resolvia o problema. Mais dinheiro e lá voltavam todos para a primeira divisão. Agora, a realidade, também política, é outra. Ainda por cima com eleições em Setembro.
Há dinheiro da televisão, do governo regional, dos poucos patrocinadores e de quotas de sócios. A receita de bilheteira é reduzida.
A conta é saber quanto cada clube tem disponível e, com isso, onde pode chegar. Não muito longe. A concorrência é muita e cada vez, financeiramente, mais robusta. Sozinhos com o governo regional não vão a lado algum. São precisos novos recursos financiadores de uma nova época.
Dá para um clube o dinheiro disponível? Dá para dois? Com que qualidade competitiva?
Será sustentável ter estádios cheios sem receitas? Os madeirenses só vão ao futebol se for à borla? O governo paga para esse espectáculo ser oferecido?
Há muito para avaliar com reflexão que se quer alargada e profunda. Que ninguém se ponha de lado nesta discussão pois, o futebol de primeira Liga, é muito importante para a Madeira.