40 dias
Foi o tempo que 4 crianças colombianas resistiram perdidas em plena selva amazónica após acidente aéreo que vitimou a mãe e outros 2 adultos. A resiliência infantil transformou este acontecimento, que tinha tudo para acabar mal, numa história de superação com final feliz. Os pequenos, são todos irmãos, as raparigas de 13 e 9 anos, um rapaz de 4 e uma bebé de 11 meses.
Indígenas, o que valeu à mais velha alguma experiência na lide com a floresta. E torna-a, provavelmente, na grande heroína desta odisseia. Aguentou e tratou dos mais novos garantindo que subsistissem. Entre os quais o recém-nascido e os cuidados e atenções que precisou e teve de prestar-lhe.
Como foi possível? É a pergunta que vale milhões e fica claramente indicada para muitas reportagens, livros e produções cinematográficas. Desde logo porque se trata de floresta densa, com árvores altíssimas, humidade grande, chuvas frequentes, fria. E habitada por animais selvagens, vários e nenhum simpático.
Porque não ficaram junto ao avião? Porque se meteram pela floresta dentro? Foram obrigados pelas circunstâncias? Na procura de mantimentos? Como foi o bebé alimentado? A curiosidade é manifesta, multiplica as questões e justifica-se, tal o feito, atendendo à idade dos jovens protagonistas.
Estamos perante um milagre na sua acepção popular. Improvável, inimaginável, simbólico. Vai fazer história. O estoicismo, sagacidade, inteligência foram fundamentais para que a sobrevivência acontecesse. E as diligências para encontrar os miúdos ofereceu-nos uma lição. No socorro, estando em causa vidas humanas, vale sempre a pena, a persistência e a busca incessante. Custe o que custar. Porque a vida não tem preço.