A Guerra Mundo

EUA dizem esperar que contraofensiva obrigue Putin a negociar

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Foto EPA

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje esperar que uma contraofensiva bem-sucedida da Ucrânia contra as forças russas possa forçar o Presidente russo, Vladimir Putin, a negociar a paz.

"Um sucesso desta contraofensiva pode fazer duas coisas: fortalecer a posição (da Ucrânia) na mesa de negociações e pode ter o efeito de finalmente conseguir que Putin negocie o fim desta guerra que ele começou", defendeu Blinken, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo italiano, Antonio Tajani.

"Nesse sentido, poderá aproximar a paz, não afastá-la", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.

Blinken disse estar confiante de que as forças ucranianas terão sucesso, já que Kiev anunciou nos últimos dias a recaptura de quatro localidades na região leste de Donetsk - os primeiros ganhos territoriais obtidos após o início desta contraofensiva.

No sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha admitido que o seu Exército estava a realizar "ações de contraofensiva", embora não tenha dado mais pormenores.

Na sexta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha assegurado que a contraofensiva ucraniana, esperada há meses, tinha começado, acrescentando que as forças de Kiev estavam a "falhar nos seus objetivos".

De acordo com Blinken, porém, qualquer paz "terá de ser sustentável, ou seja, uma paz que não deixe a Rússia nas suas posições rearmando-se e atacando novamente seis meses, um ano ou dois anos depois".

O secretário de Estado norte-americano disse esperar que a NATO forneça "apoio político e prático robusto", durante a cimeira da Aliança Atlântica em Vílnius, em julho.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.