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Partido Forza Italia quer prosseguir trabalho do fundador

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Foto Alberto PIZZOLI / AFP

 O coordenador nacional do Forza Italia (FI), Antonio Tajani, defendeu que o partido de centro-direita deve continuar a trabalhar sob a "liderança moral e espiritual" do fundador Silvio Berlusconi, que morreu hoje, aos 86 anos.

"Temos o dever, enquanto Forza Italia, de continuar, apesar de estarmos feridos", disse Tajani em Washington, antes de regressar a Itália para o funeral de Berlusconi.

"Fá-lo-emos ainda sob a sua liderança moral e espiritual e continuaremos a trabalhar no caminho traçado por ele", acrescentou o "número dois" do FI, citado pela agência italiana ANSA.

Tajani, vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, encurtou uma visita oficial aos Estados Unidos que deveria terminar na quarta-feira, depois de ter sido informado da morte de Berlusconi.

O antigo primeiro-ministro e empresário morreu hoje de manhã, no Hospital San Raffaele em Milão, de onde era natural, vítima de leucemia.

Berlusconi fundou o FI em 1994, pouco antes do primeiro mandato como primeiro-ministro, que exerceu entre 11 de maio de 1994 e 17 de janeiro de 1995.

O FI fundiu-se com o partido Popolo della Libertà (Povo da Liberdade, PdL) em 2008, também criado por Berlusconi para disputar eleições e que integrava a Alleanza Nazionale (Aliança Nacional), dissolvida no ano seguinte, e pequenos partidos.

Em 2013, o PdL suspendeu a atividade para retomar a intervenção política através da refundação do FI.

Berlusconi chefiou mais três governos, de junho de 2001 a abril de 2005, de abril de 2005 a maio de 2006, e de maio de 2008 a novembro de 2011.

Com um total de 3.339 dias, mais de nove anos, foi o político que mais tempo esteve no cargo de primeiro-ministro na Itália republicana.

O político de direita, magnata dos 'media' e antigo dono do clube de futebol AC Milan foi sempre uma figura polémica, mas incontornável da vida pública italiana das últimas décadas.

Berlusconi foi alvo de acusações de corrupção e esteve no centro de escândalos sexuais que culminaram na expulsão do Senado italiano, em 2013.

Em 2022, regressou à ribalta política italiana como líder do FI, pelo qual foi eleito de novo para o Senado.

O FI integra a coligação governamental de direita e extrema-direita atualmente no poder, chefiada pela primeira-ministra, Giorgia Meloni.

No Parlamento Europeu, integra o grupo parlamentar do Partido Popular Europeu, de que fazem parte os partidos portugueses PSD e CDS-PP.

Berlusconi também foi deputado ao Parlamento Europeu entre 1999 e 2001, e entre 2019 e 2022.

Antigo jornalista e também fundador do FI, Antonio Tajani, 69 anos, foi presidente do Parlamento Europeu entre 2017 e 2017, depois de ter sido comissário europeu de 2008 a 2014.