Desporto

Madeirenses deixam recados a Rui Fontes e apontam caminhos para o Marítimo

DIÁRIO fez inquérito de rua

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O CS Marítimo defrontou e perdeu ontem com o Estrela Amadora na 2.ª mão do play-off e após 38 anos, o clube madeirense desce à II Liga do futebol português. 

Marítimo é derrotado nos penáltis pelo Estrela da Amadora e é despromovido à II Liga

Na partida mais importante da história recente da colectividade verde-rubra, o Marítimo não conseguiu cumprir o seu objectivo de levar a melhor sobre o Estrela da Amadora, no segundo e decisivo jogo do play-off, e foi despromovido à II Liga, ao fim de 38 anos entre os grandes do futebol português.

O período de compensação acabou 2-1 e os adeptos maritimistas estavam esperançados. O que não estavam à espera era que o clube cedesse facilmente e não conseguisse dar a volta à situação, dando-se assim a dramática descida do Marítimo.

Hoje, o DIÁRIO fez um inquérito de rua e foram algumas as pessoas que quiseram deixar a sua opinião sobre a queda do Marítimo para a divisão secundária.

Luís Alberto, agente de jogadores de futebol, é brasileiro e vive em Braga. A sua ligação com o CS Marítimo é muito simples: é agente de um jogador do clube madeirense.

De acordo com o responsável, "tem de haver responsáveis, alguém tem que pagar e ser responsável", disse, afirmando ainda que "os governantes da Região deviam de ter mais apreço pelo futebol, porque a ilha não pode ter os dois clubes na II liga de Portugal". "São clubes históricos, agora é aguardar que o próximo ano corra melhor e que consigam regressar à I Liga", concluiu.

José Correia era chefe de rede de distribuição da Empresa da Eletricidade e também antigo jogador do Benfica, residindo em Machico.

"Acreditar, trabalhando muito para voltar à I Liga que é o lugar onde deve estar", é a opinião de José Correia quanto aos próximos passos que o clube madeirense deve dar. 

Quando foi questionado sobre a mensagem que gostaria de deixar a Rui Fontes, o mesmo afirma que o presidente do Marítimo merece o seu apreço e respeito, mas "não era a altura certa para o mesmo regressar". "O antigo presidente fez um melhor trabalho que Rui Fontes", disse.

Ser presidente de um clube com a envergadura e o tamanho do Marítimo, é complicado. Tendo o dr. Rui Fontes estado afastado muitos anos. Acho que foi inoportuno" José Correia

João Pedro Mendonça médico de profissão e médico do Nacional, residindo no Funchal.

Na sua opinião, o futuro do Marítimo "poderá ser bastante complicado e preocupante, pois há 38 anos estava na I divisão, com as receitas inerentes a um clube de I divisão" realçou.

O Governo Regional que também é outra fonte de receita do Marítimo e de outras equipas da Região rondava 1 milhão e 750 mil descendo para 875 mil euros. Sendo um decréscimo de receita impressionantemente grave. João Pedro Mendonça

De acordo com o médico, "há responsáveis para os dois lados, quando há o sucesso/vitória, existem responsáveis e se há responsáveis para esse lado, também tem que haver para o lado contrário." "Mas no Marítimo são vários os responsáveis por aquilo que aconteceu este ano", esclareceu.

O Marítimo começou a época de maneira diferente do habitual, em que a SAD tinha como responsáveis pessoas que não faziam parte do clube, sendo responsáveis pela pré-época. A partir de certa altura deixaram de ser responsáveis e quem passou a ter esse papel foi Rui Fontes, que assumiu a presidência da SAD, ou seja, quer a programação inicial, e depois com a chegada de Rui Fontes à SAD e a possibilidade de fazer algumas contratações em Janeiro, correu mal". João Pedro Mendonça

Francisco Urbino Rebelo é sócio do Marítimo há cerca de 40 anos e vive actualmente no Funchal.

O maritimista afirma que os próximos passos do clube deverão passar pela reflexão que pode "levar alguns anos", mas "tem que haver uma reestruturação completa no Marítimo que passa pelas bases, não podendo permitir que uma equipa como o Marítimo só tenha um madeirense em campo na equipa principal", afirmou. 

Esta é a opinião de um dos muitos sócios que ontem viram o seu clube descer de divisão. Francisco Urbino Rebelo pede a Rui Fontes: "Oiça os sócios" e que pense no futuro do clube madeirense.