Empresas da UE perdem terreno no Brasil com atraso no acordo com Mercosul
As empresas da União Europeia (UE) estão a perder terreno para concorrentes no mercado brasileiro, alertou hoje a Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil, sublinhando a importância da conclusão e ratificação do acordo UE-Mercosul.
O alerta é feito numa declaração conjunta da CNI e da organização patronal europeia Business Europe, divulgado no dia em que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está em Brasília para um encontro com Lula da Silva.
As duas organizações destacam que a UE, que já foi o principal parceiro comercial do Brasil, representa agora apenas 16% das importações globais do país, tendo recuado para o terceiro lugar.
Também o Brasil foi ultrapassado, como parceiro comercial externo da UE, pela Índia e a Coreia do Sul, tendo as exportações da indústria transformadora brasileira para a UE caído de 68% para quase 49% de todo o valor vendido para o bloco europeu.
O acordo UE-Mercosul, salientam, "torna-se mais importante do que nunca como resposta estratégica, global e sustentada", considerando que os "compromissos equilibrados acordados em 2019" permitirão a promoção do comércio e a diversificação das cadeias de abastecimento, enquanto apostam na proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Ursula von der Leyen reúne-se hoje com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito de uma viagem a quatro países da América Latina, e discursa na CNI.
O périplo, que inclui ainda a Argentina, o Chile e o México, inclui-se na preparação da cimeira entre a União Europeia (UE), América Latina e Caraíbas (CELAC) que se realizará em Bruxelas em 17 e 18 de julho e cuja agenda inclui o acordo UE-Mercosul.
O Brasil e a Argentina integram, tal como o Paraguai e o Uruguai (não incluídos na visita) o bloco de comércio livre Mercosul, com o qual a UE pretende fechar, até final de julho, um importante acordo comercial, paralisado há vários anos.