Líder da Wagner garante que nunca assinará contrato com Ministério da Defesa russo
O líder da empresa russa de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, garantiu hoje que nunca assinará qualquer contrato de colaboração com o exército russo, o que é suposto ser uma condição prévia para a integração de combatentes "voluntários" nas fileiras.
Em mais um sinal do seu afastamento do ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, Prigozhin entende que esta ordem só se aplica aos combatentes do ministério e não à sua organização, antes de garantir que cumprirá sempre as ordens de Vladimir Putin enquanto Presidente da Rússia e comandante das Forças Armadas.
"A Wagner está absoluta e completamente subordinada aos interesses da Federação Russa e do comandante-em-chefe", disse Prigozhin numa mensagem publicada na rede social Telegram, reiterando que a sua empresa sempre atuou em coordenação com os generais Serguei Surovikin e Valeri Gerasimov, que nos últimos meses lideraram a invasão russa na Ucrânia.
No sábado, o Ministério da Defesa russo ordenou que as unidades de voluntários assinassem contratos até ao 01 de julho, num "esforço para proporcionar o estatuto legal necessário e alargar a proteção social e as medidas de apoio aos voluntários e às suas famílias".
"Infelizmente, a maior parte das unidades militares não são assim tão eficientes, e precisamente porque Shoigu não consegue gerir as formações militares como devia ser", queixou-se Prigozhin.
"Por isso, o facto de ele redigir decretos ou ordens aplica-se exclusivamente ao Ministério da Defesa e àqueles que fazem parte do Ministério da Defesa", reiterou.