Quase 100 mil pessoas protestam em Israel contra reforma judicial
Quase 100.000 pessoas protestaram no sábado pela 23.ª semana consecutiva em Israel, contra a reforma judicial promovida pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e a poucos dias de uma votação no Knesset sobre a composição do Comité de Seleção Judicial.
As manifestações, estimadas entre 74 mil pessoas - segundo a televisão israelita - e 100 mil pessoas - de acordo com os organizadores - começaram com uma "comemoração silenciosa" em honra das vítimas dos atentados perpetrados por palestinianos nas últimas semanas, contabilizando-se já 102 mortes desde o início do ano, segundo o The Times of Israel.
Durante a principal manifestação, em Telavive, a capital de Israel, podiam ver-se cartazes que comparavam a comunidade árabe a "cidadãos de segunda classe".
"Estamos determinados e vamos salvar a democracia. Netanyahu sabe que se voltar a tentar [a aprovação da reforma] vai deparar-se com uma parede de ferro. Ainda não ganhámos a batalha (...) Não devemos ter ilusões. Devemos intensificar os protestos e acabar imediatamente com as negociações (...) Devem intensificar-se e transformar-se numa revolta civil, numa desobediência civil não violenta", apelou o antigo primeiro-ministro Ehud Barak durante uma manifestação na cidade de Haifa.
Israel tem assistido a semanas de protestos contínuos contra a reforma judicial de Benjamin Netanyahu, que visa dar ao governo o poder de escolher a maioria dos juízes, incluindo os do Supremo Tribunal.
Os críticos da reforma argumentam que se trata de um ataque ao equilíbrio de poderes de Israel, essencialmente aos fundamentos da democracia, já que dá ao parlamento uma influência sem precedentes para anular decisões judiciais.