Madeira

Como estudar, monitorizar, fiscalizar, promover e explorar 446 mil km2 de mar?

Rui Caldeira, presidente da ARDITI, desafia Portugal a ser pioneiro num consórcio de sistemas robótico autónomos

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Com mais de 446 mil km2 de área marítima afecta ao Arquipélago da Madeira, como estudar, monitorizar, fiscalizar, promover e explorar, são interrogações colocadas por Rui Caldeira, presidente da ARDITI - Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação.

Foi na abertura do segundo painel da Conferência ‘Portugal e o Mar - a Engenharia Azul’, intitulado ‘O Mar das Descobertas’, que o investigador principal da ARDITI apresentou o projecto Sentinela Atlântica, de vigilância e monitorização ambiental.

Convicto que este projecto que junta unidades de investigação e plataformas de interface é “um bom investimento para a Região”, Rui Caldeira não defende que é chegada “a altura de valorizarmos as nossas zonas insulares”, até porque, os dois arquipélagos insulares representam 80 % do total da área marítima nacional.

Sobre o projecto Sentinela Atlântica, lançado em 2021, fez saber que o mesmo procura ser um importante contributo para que haja mais investigação e mais inovação. Para o efeito foi recorrendo às tecnologias e à visão dos investigadores da ARDITI que apresentou o veículo de superfície não tripulado, um equipamento que comporta “muita engenharia” e com autonomia “de 7 a 10 dias”, para “manter presença em áreas muito relevantes junto às ilhas”.

Com autonomia para poder ser deslocado até às ilhas Desertas, o presidente da ARDITI destaca a importância de alargar esta presença ‘não tripulada’ às outras ilhas do arquipélago, e não apenas ficar-se pela presença à volta da ilha da Madeira.

Para o feito foi celebrado um protocolo visa estabelecer uma cooperação entre o Estado-Maior-General das Forças Armadas, o Governo Regional da Madeira, a Universidade da Madeira e a ARDITI, tendente ao desenvolvimento, na Região, de um projecto de investigação de excelência com o objectivo de aplicar e desenvolver sistemas robóticos, sensores remotos, veículos aéreos não tripulados, vulgarmente designados por ‘AUVs’, e veículos subaquáticos autónomos (vulgarmente designados por ‘UAVs’), para a vigilância e monitorização ambiental, particularmente focado na Zona Económica Exclusiva (ZEE da RAM). Projecto pioneiro que conta com 6 milhões de euros de apoio financeiro do Governo Regional, apoio este que poderá ser reforçado até 20 milhões de euros ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência.

Rui Caldeira não tem dúvidas que este “é o caminho”. Diz mesmo que “Portugal poderia ser pioneiro num consórcio de sistemas robótico autónomos”. Fica o desafio.

Segue-se a intervenção de Christopher J. Zappa, Professor e Investigador do Observatório da Terra Lamont-Doherty, Universidade de Columbia, Nova Iorque. Uma apresentação relacionada com os veículos aéreos não tripulados (UAVs) para estudar a interacção ar-mar.