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Os novos desafios para a segurança pública. A Inteligência Artificial

O mês de junho marca o início do verão na nossa e sempre linda Ilha da Madeira. Este mês é um tempo que traz consigo as festas populares, os eventos culturais e musicais, o festival pirotécnico do atlântico, e uma energia positiva em que muitos madeirenses planeiam férias, viajam ou simplesmente apreciam as belas paisagens naturais que a nossa ilha tem para oferecer.

Junho também deveria ser uma oportunidade para nós refletirmos bem sobre as “acelerações” que explicam o mundo de hoje, como as alterações climáticas, onde as evidências científicas são inquestionáveis; passando pela inteligência artificial que está revolucionando diversos setores da sociedade, onde a segurança pública não é exceção, acabando na infindável guerra na Europa que está consumindo os nossos melhores recursos e complicando a nossa vida coletiva.

Estas 3 “acelerações” estão interagindo e mudando o mundo em algumas áreas, como a política, a geopolítica, o mercado de trabalho, a ética e a segurança pública. Estamos em um momento em que a tecnologia está evoluindo mais rápido do que a própria capacidade humana, podendo colocar em causa a própria segurança pública, que merece uma ação coletiva para mitigar os seus impactos.

Para enfrentar estes desafios complexos, exige um ajustamento ativo de governos, organizações e de entidades civis e militares, onde está incluída a Polícia, precisam de aprender mais rápido e os governos precisam de governar de forma mais inteligente, onde o paradigma a aplicação da inteligência artificial (IA) por exemplo nas atividades policiais, promete ser um desafio para a segurança pública e vai trazer inúmeras vantagens, mas também traz consigo desafios significativos.

A IA pode ou até está já a revolucionar o mundo. É bom referir que quando falamos de IA, o que está em causa, são meios tecnológicos capazes de simular a capacidade humana, de raciocinar, de perceber, de tomar decisões e resolver problemas. Atualmente, nas forças e serviço de segurança e outras instituições do Estado, no tocante ao uso de tecnologias, as falhas são quase sempre de falta de meios, quando não mesmo de colapsos do sistema, como aconteceu no caso da plataforma da Justiça, o CITIUS, há cerca de 4 anos. O Leitor lembra-se desta situação!!!!

Mas, há instituições no nosso país que estão a dar grandes passos em direção ao futuro, como é o caso da PSP, resultando no aumento da eficiência operacional, na análise avançada de dados, no reconhecimento facial e na prevenção da criminalidade.

É fácil de perceber, que a IA já está a ajudar no processamento de grandes quantidades de dados e na identificação de padrões ocultos, permitindo uma análise mais eficiente de informações essenciais para as investigações criminais.

Além disso, a IA pode ajudar a identificar padrões de comportamento que possam indicar atividades suspeitas e pode ajudar na prevenção da criminalidade, permitindo a análise de dados em tempo real e a identificação de zonas de alto risco. A IA já está a ajudar a polícia a direcionar os seus recursos de forma mais eficaz e a antecipar potenciais incidentes e permite uma melhor prevenção do crime e a capacidades de resposta.

É evidente, portanto, que a introdução da IA exigirá uma adaptação significativa por parte das forças policiais. Na verdade, os profissionais da PSP terão de adquirir ainda mais novas competências e conhecimentos para compreenderem, operarem e utilizarem efetivamente os instrumentos baseados na IA.

Por esta razão, deverá ser ministrada formação adequada aos agentes policiais, a fim de os preparar para lidar com as complexidades e os desafios que a IA trará ao domínio da segurança pública.

É certo, que a utilização da IA na aplicação da lei suscita preocupações de carácter ético e de privacidade. A utilização de tecnologias de vigilância, como as câmaras de reconhecimento facial, pode suscitar preocupações quanto à monitorização em massa e a potenciais abusos de poder.

Face ao que foi referido ou dito, é fundamental dispor de diretrizes claras e de regulamentação rigorosa para garantir que a IA seja utilizada de forma ética, respeitando os direitos humanos fundamentais dos cidadãos e protegendo a sua privacidade.