Crónicas

PS-M não é para ser levado a sério

A democracia, ganha com o 25 de Abril, entre muitas responsabilidades políticas, criou a obrigação de ter poder político, nomeadamente oposição. Todos deviam concorrer para um exercício político marcado por diferenças que os tornassem facilmente distintos aos olhos dos cidadãos.

Na Madeira isso realizou-se em pleno. O partido do governo nunca se confundiu com o maior partido da oposição. Nem com os demais.

O PS na Madeira nasceu torto e, como diz o povo, tarde ou nunca se endireita. Albergou os comunistas envergonhados e integrou a esquerda “caviar” temerosa de um PREC que levasse Portugal a um regime de esquerda. E lá estão, convivendo nos eventos partidários como se fosse possível juntar andorinhas com francelhos.

Mas não é !

São vários PS’s num só. Desde logo a amálgama esquerdóide fundadora do partido na Madeira que está velha e de saída. Em simultâneo, a esquerda empresarial e bem sucedida de falsos políticos que desapareceram perante uma governação que lhes deu ambiente social e económico favorável para ganhar muito dinheiro. Estão ricos e satisfeitos.

Tudo isto sem encontrar jovem com talento para liderar um programa de esquerda com credibilidade política. Os que há e lutam pela “pole position” ou não conseguiram entrar no PSD ou viram, no PS, uma oportunidade acessível e rápida de liderança partidária. Demasiada ambição, sem escrúpulos alguns, conduziram a fracasso ditado pela ausência de preparação política, falta de mundo e deserto de ideias e equipa.

Depois, mais do que tudo, não evoluíram na intervenção, tanto na forma como no conteúdo político. Fazem política como não é feita em mais lugar algum. O seu discurso é de negação do que é feito na Madeira e no Porto Santo e tão elogiado pelas mais variadas personalidades nacionais e estrangeiras.

Em ano de eleições regionais o PS apresenta-se em cacos dispersos e miúdos. Sérgio Gonçalves não segura a oposição interna, a principal a fazer política a partir de Lisboa com tanta ambição desmedida que tirou seriedade a forte labuta e querer. Para azar, corre tão mal na Assembleia da República que destruiu carreira com ambição nacional e faz virar a pontaria para a sede da paróquia. É ler a última crónica de Carlos Pereira para perceber que já está em formação a alternativa a Sérgio Gonçalves. Ainda não houve a batalha e já querem outro general. Que não têm nem conseguem descobrir no seu interior.

O velho PS-M precisa começar de novo. Não se trata de baralhar e dar de novo. Isso já foi ensaiado demasiadas vezes com maus resultados. É expurgar comunas e capitalistas e partir para um caminho de esquerda democrática que seja genuinamente socialista. A ver se vai a tempo.

Vale a pena ler a análise de Roberto Ferreira, sub-Director, no Diário de domingo. É a primeira justificação para a próxima derrota do PS-M e de Sérgio Gonçalves. A culpa é dos “outros”. Parece que Sérgio Gonçalves é tão ingénuo que não se apercebeu ao que ia.

Nomes para a Assembleia

Já são seis os nomeados para a lista da Coligação. Um quarto da maioria absoluta necessária. Aos poucos forma-se a equipa eleitoral. Ainda não há jovem nem mulher.

Rosângela Lula da Silva

É a cereja no topo do bolo da presidência de Marcelo. Será que o presidente não é assim tão inteligente como o fazem. Ou nós mais estúpidos do que aceitamos ser. Quais foram os serviços relevantes que a Dona Janja (Rosângela de seu nome) Lula da Silva prestou a Portugal? Fez mais do que eu?

Golfe no Faial

Tenho para mim que a Ribeira do Faial é o único local adequado para se construir um excelente campo de golfe na Madeira. Tem muitas melhores condições que o Santo da Serra, que a quinta do Palheiro e o futuro campo da Ponta do Pargo.

É plano, está ao nível do mar, tem um micro clima fantástico, o terreno não está ocupado e não tem vento - vêm-se os eucaliptos jovens todos na vertical. Obviamente que a disponibilidade deste terreno tem a ver com o medo da ribeira e de um possível aluvião. A correção do seu leito, à semelhança das demais ribeiras, proporcionará segurança às pessoas e infraestrutura ali instalada.

Um dos problemas relacionados com o golfe na Madeira é ter muitos dias do ano impraticáveis. São campos em altitude onde o clima é muitas vezes impossível de suportar. A Choupana no futebol é outro exemplo. Não foram construídos por adequados à prática do golfe mas por outras razões objectivas : no Santo por estar na zona onde as famílias inglesas tinham as suas casas de férias; no Palheiro como contraproposta para evitar a construção de uma base militar de mísseis; na Ponta do Pargo desconheço a justificação.

O Faial permitiria um desenvolvimento turístico sem precedentes, com elevada qualidade para estadia e prática do golfe. As suas características naturais permitiriam muitos mais dias de jogo que os demais campos. Levei ao local o famoso Severiano Ballesteros que me incentivou a promover o local. Continuo a fazê-lo.

Uma palavra de louvor ao então presidente da Câmara de Santana, Carlos Pereira, que bem captou a dimensão e alcance deste projecto global colocando-o no PDM- Plano de Desenvolvimento Municipal. É não deixar morrer o projecto! Este é um investimento que vale a pena.

Não houve aprovação alguma na AG do Nacional

Afinal Rui Alves não conseguiu aprovação alguma na Assembleia Geral do Clube. Venceu a votação por um voto mas falhou, a aprovação da sua proposta, também por um voto. Devia se demitir como prometeu.

Vejamos. Segundo o artigo 175.°, n.° 2 do Código Civil, nas assembleias gerais das associações, as deliberações são tomadas por maioria absoluta de votos dos associados presentes. Ou seja, 50%+1 votos dos associados presentes.

Reparem bem, se estiveram presentes e votaram na Assembleia Geral do Nacional, 64 associados, o que é confirmado pela ata da reunião, a aprovação só poderia acontecer com o voto favorável de 33 associados (metade mais um = 32+1). Com apenas 32 votos a favor ficou escassa para ser aprovada. Faltou um voto favorável. Erro grosseiro inadmissível. Nada foi aprovado. Vamos ver a integridade de quem afirmou demitir-se se não fosse aprovada a proposta da direção de que é presidente.

Que o dr. João Machado não saiba, por ser economista, é lamentável mas paciência. Agora, o seu vice-presidente da mesa, dr. Valdemar Vieira, advogado, já é estranho e grave deixar passar esta ilicitude. Como se dá por aprovado o que não foi.

Será que é preciso uns quantos de nós, que amamos o Nacional, recorrer a tribunal para acertar o que está à vista de todos? Será que o presidente da AG, João Machado, não tem autonomia para pedir um parecer jurídico independente e salvar o Clube da auto-destruição? As dependências pessoais não podem afastar o dever de lealdade para com os sócios. Só queremos repetir e apagar a “borrada” da AG de 3 de Abril. Acima de tudo tem de estar o interesse colectivo: o Clube. Tenho o dr. João Machado por uma pessoa de bom senso mas, quero lhe dizer publicamente, que não está procedendo correctamente e ficará registado na história do Nacional pelo que agora fizer. Liberte-se dessa obrigação umbilical que só afunda, se não é que mata, o nosso Clube. Não tenha receio de ser “despedido” pelo ainda presidente Rui Alves. Isto não é como se quer. Tem de ser de acordo com a lei.

Apresentei no Tribunal da Comarca da Madeira ação para anulação de deliberação da AG e para declaração de falsidade de ata e consequente nulidade.

Futebol fora das ilhas?

Assim parece. A forma como o Marítimo tem sido espoliado arrepia. Joga bem, mas perde. Falha muitos golos. Não acredito que queiram despachar os ilhéus da primeira Liga. Jogariam na segunda Liga e não haveria poupança. Apenas passavam a viajar às ilhas os clubes mais pobres.

É bom nos concentrar no essencial: os clubes do Continente têm maiores recursos que o Marítimo. A diferença para o Nacional é abismal. Fruto da teimosia irracional de querermos ser donos únicos das SAD’s. Se tirarem o subsídio do governo ficam em mera gestão pela sobrevivência. Mas têm que se habituar a viver sem dinheiro público. É questão de tempo. Miguel Albuquerque já mostrou ao que vai.

O Nacional prepara-se para fazer o pior negócio da sua história. Vender a sua SAD por um valor que não controla. E sair fora do futebol profissional. Estou disponível para mostrar em Assembleia Geral o quanto nefasto e suicida é a solução apresentada. Se for a tempo.

Nota: no jogo de subida da União Desportiva de Leiria, da Liga 3 à Liga 2, teve mais de 22 mil espectadores! Querem competir contra isto? Descubram recursos.

Nacional tem um “pavão” louro

Um “pavão”, maçador e repetitivo, teima em ser a permanente voz do “chefe” nos programas de televisão e rádio. Fingindo com esforço estar ali para falar pela sua cabeça, insiste no que lhe mandam e tenta agredir os discordantes do “manda-chuva”. Cada vez em maior número. Como se explica mal, apesar duma certa encenação teatral, tem de voltar sempre às explicações anteriores pois estas nunca ficam claras. Tem tanta vergonha do que diz que nem olha direito no écran. Ser servil, para não perder as mordomias que aufere há dezenas de anos, é lamentável para quem tem ar tão emproado.

Vou tentar me esclarecer com o dr. João Pedro Mendonça, que no último programa da RTP-M disse querer me rebater ponto por ponto. Uma “cabecinha” dourada. Então deixo-lhe aqui escrito as perguntas a que tem de responder:

a) teria tido algum cargo no Clube se não fosse filho de quem era?

b) há quantos anos é pago, ou a sua empresa recebe, do Nacional e/ou da SAD?

c) quantos milhares de euros anuais vale esse contrato?

d) tem prazo limite esse contrato de prestação de serviços?

e) acha eticamente aceitável ser vice-presidente do Clube para controlar a continuidade do seu, ou da sua empresa, contrato de serviços remunerados com a SAD?

f) sendo comentador, em representação do Clube, acha que melhor protege a sua posição no Clube?

g) é assim tão ignorante, em gestão e futebol, que há um ano e tal fez uma campanha eleitoral para o seu “chefe” vendendo o paraíso no Clube quando o que há é o inferno?

h) não o incomoda ter enganado eleitoralmente todos os nacionalistas que diz gostar tanto do Clube como eles?

i) sabe que eu nunca recebi qualquer dinheiro do Nacional?

j) porque nunca refere saber que o seu pai insistia comigo para o substituir na presidência do Clube?

Para já responda ponto por ponto.

O desnorte percebe-se que é imenso. É miserável não ter solução para o Clube e nem dar oportunidade a outros nacionalistas que façam diferente?

Preferem “enterrar” o Nacional a dar lugar a gente fresca que tenha novas ideias?

Qualquer outro sócio é melhor do que os que lá estão!