Ciclos partidários
Os partidos são compostos por pessoas e as bases é que elegem as elites da gestão partidária e do discurso e planos políticos para o país
Tempos estranhos são os que o partido socialista nos habituou a viver nos seus Governos. Quem não se lembra do “pântano do Guterres”, a “gestão” de Sócrates e agora as sucessivas novelas de Costa, com as trapalhadas dos seus escolhidos.
O PSD tem sido, e será sempre, chamado para resolver as trapalhadas do PS, os problemas sociais e económicos que daí resultam, muitas vezes à custa de austeridade e sacrifícios, infelizmente, necessários. O Povo que ao fim de um tempo está farto de ser penalizado, cai novamente na asneira de eleger um Governo socialista e, assim ao longo de décadas, entramos num ciclo vicioso de alternância entre o sacrifício e o desastre. E assim, ao longo dos tempos, temos um país que pouco ou nada reforma, pouco ou nada evolui e quase nunca tem a estabilidade social e económica desejável.
Tal como em outros países, os extremos, especialmente a direita, são exímios no aproveitamento do discurso e nas respostas que, muitas vezes, bem no íntimo também desejemos e defendemos: Justiça mais penalizadora para com os crimes de abusos aos mais frágeis, mais fiscalização à atuação dos políticos e contas públicas, etc., etc. Ora, isto é o lado cor de rosa destes partidos, mas não se enganem porque há um lado negro que nos privará das nossas liberdades e garantias. Não se deixem encantar pelo canto da sereia.
É claro que a culpa deste crescimento dos extremos é dos partidos da “ala democrática” que, por pudores que não compreendemos e/ou pela dialética política completamente desadequada aos tempos que vivemos, acham que certos assuntos não são prioritários…. Como se enganam…
Estaremos nós condenados a isto?
Claro que não. Os partidos são compostos por pessoas e as bases é que elegem as elites da gestão partidária e do discurso e planos políticos para o país. As bases terão de ser cada vez mais exigentes e fiscalizarem os seus. Mudar de casaca ao sabor de humores e desamores, só significa que nunca houve base nos princípios. O tempo dos rebanhos conformados tem de acabar. Todos temos princípios que nos unem e essa é a base. A atuação em conformidade tem de ser uma exigência primeiro dos militantes e depois de um país.
Aproximam-se eleições, as exigências têm de começar já.