A Guerra Mundo

Rússia diz que suspeito de ataque a escritor confessou estar a mando de Kiev

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As autoridades russas dizem que o suspeito da tentativa de assassínio do escritor nacionalista Zakhar Prilepin confessou estar às ordens de Kiev e criticam o silêncio das organizações internacionais.

De acordo com um comunicado do Comité de Investigação, o suspeito do atentado - identificado como Alexander Permyakov e de origem ucraniana - confessou durante o interrogatório que "agiu sob instruções dos serviços especiais ucranianos".

O carro de Prilepin explodiu hoje na Rússia, ferindo-o e matando o seu condutor, indicou a agência noticiosa estatal russa Tass, citando funcionários dos serviços de emergência e da polícia.

Segundo a agência AP, que se baseia na informação da Tass, o incidente que envolveu o carro de Zakhar Prilepin - um conhecido escritor nacionalista e fervoroso apoiante daquilo a que o Kremlin chama uma "operação militar especial" na Ucrânia - ocorreu na região de Nizhny Novgorod, cerca de 400 quilómetros a leste de Moscovo.

No seu depoimento, o suspeito não terá colocado o artefacto explosivo sob o carro de Prilepin, conforme relatado anteriormente pelas forças de segurança russas, mas sim num ponto da estrada em que o escritor viajava.

"Na rota do carro de Zakhar Prilepin, Permyakov colocou um dispositivo explosivo, que ativou remotamente", disse o Comité de Investigação, que divulgou um vídeo do interrogatório na rede social Telegram.

O suspeito do ataque terá sido detido durante a sua fuga e os investigadores estão à procura de outras pessoas alegadamente envolvidas na tentativa de assassínio de Prilepin.

A diplomacia russa implicou os Estados Unidos nesta tentativa de assassínio de Prilepin e critica o silêncio das organizações internacionais.

"A responsabilidade por este e outros ataques terroristas é não apenas das autoridades ucranianas, mas também dos seus patrocinadores ocidentais, em primeiro lugar os Estados Unidos", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros, num comunicado, onde acrescenta que "o silêncio das organizações internacionais envolvidas é inaceitável".

Prilepin, nos anos 90, lutou na Chechénia e estava agora a regressar da frente de combate no Donbass para a sua casa na região de Novogorod.

O escritor sofreu pequenas fraturas, mas o motorista do carro morreu.

Prilepin era o líder do partido ultranacionalista Pela Verdade, que criou em 2020 e que se fundiu em 2021 com o partido Rússia Justa.

Esta foi a terceira explosão envolvendo figuras proeminentes pró-Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia.

Em agosto de 2022, um atentado à bomba nos arredores de Moscovo matou Daria Dugina, filha de um influente teórico e pensador político russo frequentemente referido como "o cérebro de Putin". As autoridades alegaram que a Ucrânia estava por detrás da explosão.

No mês passado, uma explosão num café em São Petersburgo matou um popular bloguista militar, Vladlen Tatarsky, e, mais uma vez, as autoridades culparam os serviços secretos ucranianos pela sua orquestração.