Sempre que há um acidente na via rápida, entre a Ribeira Brava e Machico, e é do conhecimento da comunicação, esse facto torna-se notícia, em especial, nos sítios da internet dos maiores órgãos informativos da Madeira. Mas os congestionamentos naquela via, que é estruturante para a Região, resultantes de acidentes, acontecem à razão de pelo menos um por dia, como alegam alguns leitores?

Ontem, às 19h58, o DIÁRIO noticiou a ocorrência de um acidente na via rápida, na Boa Nova, o que, como quase sempre, estava a condicionar o trânsito.

Um dos comentários a essa notícia, na página de Facebook do DIÁRIO, dizia: “Agora é dia sim, dia sim senhor!”

Recorremos aos números de acidentes, divulgados pela concessionária da via rápida, Vialitoral, para verificarmos qual foi a média diária de acidentes durante o mês de Abril de 2023 (o mês passado).

Nesse período, do dia 3 a 30 de Abril, foram reportados 31 acidentes, o que representa uma média diária de 1,1 acidentes.

Como no sítio da Vialitoral só constam os dados do último mês, recorremos a algumas notícias, publicadas na imprensa regional, para ficarmos com uma ideia mais abrangente. Assim, foi possível constatar que na semana de 16 a 22 de Janeiro de 2023 houve 8 acidentes, o que também representa uma média de 1,1 acidentes.

No final de Outubro de 2022, uma notícia do JM, com base em dados disponibilizados pela Vialitoral, dava conta de que, de Janeiro até àquele momento, haviam sido registados praticamente 300 acidentes, o que aconteceu em 304 dias, o que representa uma média diária de um acidente.

Na semana de 26 de Abril a 2 de Maio de 2021, ainda com efeitos da pandemia, foram registados 5 acidentes, o que fez diminuir ligeiramente a média para 0,7 acidentes diários.

Menos de um ano antes, numa fase mais marcada pelo efeito da pandemia por Covid-19, que condicionava as deslocações das pessoas, de 29 de Setembro a 2 de Outubro de 2020, foram registados 7 acidentes, o que colocou a média diária em 1.

No entanto, se recuarmos mais anos e formos a 2016, encontramos várias semanas com 2 a 4 acidentes cada, o que coloca a média em um acidente a cada dois dias.

Talvez a percepção de que o número de acidentes tem aumentado muito resulte da memória desses tempos, ainda que sem a consciência do tempo passado.

No entanto, é verdade que “agora é dia sim, dia sim senhor!” Mas estamos a falar de uma média e não de uma indicação de regularidade. Pois existem dias com vários acidentes e outros sem qualquer registo.