Madeirense confessa que "nunca esperava participar na coroação de um rei"
Maciel Vinagre foi o 51.º a entrar na abadia de Westminster para a cerimónia de coroação de Carlos III de Inglaterra
Emigrante natural de São Vicente, foi condecorado pela Rainha Isabel II com a medalha do Império Britânico, em 2020
Maciel Vinagre, natural de São Vicente, e o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, são os dois portugueses que vão estar hoje na cerimónia de coroação do Rei Carlos III de Inglaterra.
Eram 6h40 da manhã quando Maciel Vinagre chegou à fila. Dos 2.000 convidados, o madeirense foi quinquagésimo primeiro a entrar na abadia de Westminster.
Falando à reportagem do DIÁRIO, o emigrante referiu que teve de madrugar para estar em Londres a horas. Confessa que sente o momento como se de um sonho se tratasse e diz mesmo que "nunca esperava participar na coroação de um rei."
Adiantou ainda que é a segunda vez que está na abadia do Westminster, a primeira vez foi quando foi prestar a última homenagem à Rainha Isabel II e agora hoje para a celebração da corporação do Rei Carlos III.
O madeirense foi condecorado pela Rainha Isabel II com a medalha do Império Britânico em 2020 pelo facto de implementar uma técnica de limpeza nos serviços em vários hospitais do Reino Unido que diminui a propagação da COVID-19.
Na quarta-feira, Vinagre já esteve presente numa festa no jardim no Palácio de Buckingham, acompanhado pela filha, e garante que "é um orgulho imenso" ser convidado para a coroação, cuja audiência foi reduzida para 2.000 pessoas dentro da Abadia.
Os líderes internacionais que confirmaram a presença incluem o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o francês Emmanuel Macron, o vice-presidente chinês, Han Zheng, os reis da Tailândia e os príncipes do Japão.
Entre os convidados vão estar também Jill Biden e Olena Zelenska, em representação dos maridos, os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, respetivamente.
A cerimónia da coroação de Isabel II, em 02 de Junho de 1953, durou quase três horas e contou com mais de 8.000 convidados, representantes de 129 países e territórios.
Mas o novo rei britânico encurtou o evento em cerca de uma hora e diversificou a audiência, abrindo as portas a centenas de cidadãos comuns, selecionados pelas contribuições para a sociedade e para refletir uma sociedade mais multicultural.
Entretanto, também foi erguida uma bancada em frente ao Palácio de Buckingham para 3.800 veteranos militares e profissionais de saúde e apoio social assistirem às celebrações de sábado.
O Rei Carlos III vai ser coroado na Abadia de Westminster, juntamente com a rainha consorte, Camila, numa cerimónia religiosa de duas horas.
O ritual inclui a unção com um óleo consagrado e a entrega ao soberano de várias peças das jóias da coroa, que simbolizam a transmissão de poderes.
Do vários elementos, apenas o juramento é considerado obrigatório, embora Carlos tenha assumido funções imediatamente após a morte da mãe, Isabel II, em setembro de 2022, com plenos poderes para promulgar leis.
Além de chefe de Estado do Reino Unido e de outros 14 países da Commonwealth, o soberano é Comandante Supremo das Forças Armadas, "Defensor da Fé" enquanto líder da Igreja Anglicana e "Fonte da Justiça" britânica.
Após a cerimónia, o Rei e a Rainha seguem em cortejo até ao Palácio de Buckingham numa carruagem puxada a cavalos e acompanhados por cerca de 6.000 soldados.
As celebrações do dia fecham com a aparição do casal na varanda do Palácio, juntamente com outros membros da família real para acenar às multidões e assistir ao sobrevoo de aviões militares.