BE não confia que do Executivo ou do PR saia "uma solução para o país"
O BE afirmou hoje que não confia que do Governo ou do Presidente da República saia uma "solução para o país", considerando que Marcelo Rebelo de Sousa "está enredado numa maioria absoluta arrogante e prepotente".
"O Presidente da República está enredado numa maioria absoluta arrogante, prepotente que não leva o país a sério. Hoje sabemos que não confiamos nem no Governo nem no Presidente da República para apresentarem ao país as soluções que as pessoas esperam e que as pessoas precisam", disse, em declarações aos jornalistas a deputada do BE Mariana Mortágua em reação à comunicação ao país de Marcelo Rebelo de Sousa.
A bloquista declarou que os portugueses podem "contar sempre com a fiscalização sempre séria do BE a esta maioria absoluta e que confie nas mobilizações populares porque só elas desafiam a maioria absoluta".
"Todos os governos que não respondem pelo povo e que não dão uma resposta política às dificuldades das pessoas são governos a prazo", respondeu.
Considerando que esta "não é uma questão palaciana" porque o que "importa resolver como é a vida das pessoas amanhã", Mariana Mortágua defendeu que "se o Governo se enreda em casos e casinhos é porque não tem respostas política para a vida das pessoas".
"Não confiamos que do Governo nem do Presidente da República saia uma solução para o país, mas que o país pode confiar na força das mobilizações populares. Quando o Governo não é obrigado a ouvir mais ninguém no parlamento, é obrigado a ouvir as ruas", insistiu.
Questionada sobre as condições de João Galamba continuar no Governo depois das palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, a deputada do BE referiu que não ouviu ninguém, "a não ser o primeiro-ministro, que entendesse" que o ministro das Infraestruturas tinha condições para continuar.
O Presidente da República prometeu hoje que estará "ainda mais atento e mais interveniente no dia a dia" para prevenir fatores de conflito que deteriorem as instituições e "evitar o recurso a poderes de exercício excecional".
Numa comunicação ao país a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que não deseja usar os poderes que a Constituição lhe confere para interromper a governação, mas frisou que não abdica deles.
O chefe de Estado qualificou a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infraestruturas como uma "divergência de fundo" e considerou que essa decisão de António Costa tem efeitos "na credibilidade, na confiabilidade, na autoridade do ministro, do Governo e do Estado".