1. «“O nosso adversário está lá fora. Não está cá dentro”, disse, exortando à união em torno deste projeto e de ideais comuns, lutando para que o PS tenha o melhor resultado possível. “Quem não quer o sucesso do PS Madeira não quer o sucesso da Madeira. Quem não quer o bem do PS Madeira não quer o bem da Madeira”, afirmou.»

As palavras são de Sérgio Gonçalves e foram proferidas no tradicional almoço do 25 de Abril do PS Madeira - e não podia estar mais de acordo. Foquemo-nos, por isso, nas diferentes dimensões da mensagem: no adversário; na união interna; no melhor resultado possível; no sucesso do PS; e no bem da Madeira.

2. O adversário: PSD e CDS acabam de confirmar que vão a votos coligados nas próximas eleições. Antes, Miguel Albuquerque já tinha anunciado que os autarcas do PSD têm lugar garantido nas listas. Ora, se é verdade que o CDS pouco ou nada acrescenta, a inclusão dos autarcas do PSD indica-nos que, em alguns concelhos, é mais provável que o PSD tenha resultados mais próximos dos melhores das autárquicas de 2021 do que dos piores das regionais de 2019. Mas as dinâmicas locais não se ficarão por aí: com o JPP preparado para apresentar Filipe Sousa como candidato às eleições, é importante recordar que em 2021 o PS teve em Santa Cruz 7%, contra os 31% e a vitória nas regionais de 2019. A tudo isso soma-se, à direita, a IL a procurar capitalizar o voto de protesto de quem não pretende votar na coligação PSD/CDS e o Chega a reunir o pior do oportunismo da política regional, agregando gente que já passou pelo PSD, que tentou passar pelo CDS e que sabe Deus onde terminará; e, à esquerda, a tentativa do BE recuperar eleitorado em torno da figura emblemática de Roberto Almada.

3. A união interna: perante as possíveis dificuldades, importa mesmo que o PS seja capaz de manter a coesão. Não deixa, porém, de ser estranha a necessidade de invocá-la agora, depois de duas eleições internas com presidentes eleitos com mais de 1000 votos e expressões eleitorais superiores a 98%, que fizeram escolhas claras em relação aos órgãos regionais, que hoje são extensões unânimes dessas lideranças. Não identifico, aliás, qualquer facto que motive este apelo neste momento, quando tudo o que vi ao longo do último ano foram sucessivas demonstrações de quem, tendo sido afastado, continua disponível para ajudar o PS.

4. O melhor resultado possível: com um cenário político externo clarificado e uma realidade interna absolutamente pacificada, está apenas nas mãos de quem lidera o PS potenciar ao máximo as suas probabilidades de sucesso. Fazê-lo implicará apresentar um projecto alternativo de governação mobilizador, com ideias que os madeirenses compreendam e que seja representado por gente que os madeirenses conheçam e reconheçam. O PS precisa de apresentar aos madeirenses um projecto que represente toda a Região, os seus 11 concelhos, e que seja capaz de criar dinâmicas locais que nos permitam crescer. Precisa de valorizar os concelhos e os rostos que têm sucessos eleitorais firmados e que têm futuro garantido. De rejuvenescer as suas listas, de renovar a representação da sociedade civil e de refrescar a sua linha de combate com diferentes sensibilidades e perfis. De valorizar quem gera dinâmicas eleitorais positivas.

5. O sucesso do PS: depois de sucessivas sondagens que colocam o PS com intenções de voto de 20% e com todas as condições para arrepiar caminho, é escusado repetir-se outra vez a narrativa, depois das eleições, como aconteceu nas últimas autárquicas, que agita fantasmas e chuta responsabilidades para terceiros. Sobretudo quando o PS tem hoje muito melhores condições de sucesso do que no passado, com mais deputados nas Assembleias Regional e da República e com muitos mais recursos financeiros disponíveis. Querer o sucesso do PS Madeira é querer mais, não menos; é andar em frente, não para trás - e isso significa lutar para ganhar.

6. O bem da Madeira: os madeirenses são sempre soberanos na escolha da Região que querem - e escolherão mudar se identificarem uma alternativa clara, para melhor, nas pessoas e nas ideias. Num e noutro caso, o PS tem mais-valias suficientes para apresentá-la e que um assombro de consciência e clareza de raciocínio saberão certamente agregar. É isso que os madeirenses esperam do PS.

P.S. A bem da Madeira, desejo que CAB e Marítimo sejam capazes de vencer este fim-de-semana e de se manterem nos mais altos palcos desportivos nacionais. Força!