Políticas de habitação da Câmara de Santa Cruz “têm sido um verdadeiro desastre”
Oposição PSD critica executivos de Filipe Sousa de não ter construído uma única habitação em dez anos
A votação de proposta para revogação de atribuição de apoio à reabilitação de habitações, na célere reunião de câmara de Santa Cruz desta manhã, foi aproveitada pelo líder da oposição, Brício Araújo, da coligação PSD/CDS, para atacar a “inércia” do executivo JPP em matéria de habitação.
Depois de lembrar que “esta Câmara assumiu o compromisso de concluir a Estratégia Local de Habitação até ao final do primeiro semestre de 2022”, concluiu que “esse compromisso não se mostra cumprido. Isso é preocupante”, manifestou o também deputado do PSD, ao recordar que “em 2021 e 2022 já existia atraso significativo relativamente a outras autarquias”, apontando o exemplo de Câmara de Lobos.
Para a oposição santa-cruzense “é particularmente preocupante” o atraso, por estar em causa “o acesso a fundos nacionais e comunitários para a construção de habitação, para o apoio à habitação e esta câmara com esse atraso está a sobrecarregar os munícipes”, apontou.
Para Brício Araújo “as políticas deste executivo relativamente à habitação têm sido um verdadeiro desastre. É fácil de perceber. Santa Cruz nos últimos dez anos (governação JPP) não construiu uma única habitação social”, denunciou.
“Uma clara inércia, uma clara ausência de políticas incisivas, concretas, em termos de habitação”, reforçou.
“O governo [regional] assumiu esse compromisso e tem sido muito claro e muito evidente de construção de habitação em todos os concelhos recorrendo a fundos comunitários. Isso está a acontecer e tem sido tornado público. Por outro lado, nós temos uma câmara, como a câmara de Santa Cruz, que não tem nada a nível de apoio à habitação. Nem sequer para a classe média que dizem defender. Portanto, há aqui claramente uma ausência de políticas de apoio à habitação”, argumentou.
A razão da insatisfação é ainda maior por entender que “há um desaproveitamento daquilo que a União Europeia nos está a dar em termos de fundos que permitam fazer face a esta necessidade”, ou seja, “Santa Cruz está a ficar para trás também a nível da habitação”.
Para o líder da oposição há três formas de lidar com o problema da habitação. “Ou não se faz nada, que é o que está a fazer a Câmara de Santa Cruz, ou se faz com o dinheiro dos munícipes, que também não me parece que seja o mais correcto, ou então faz-se recorrendo a fundos nacionais e comunitários que existem, que é a forma certa de enfrentar este problema. É preciso é fazer alguma coisa”, concluiu.