Mineração ilegal ameaça florestas no Gana
As atividades mineiras ilegais, generalizadas no Gana, estão a destruir as florestas deste país da África Ocidental, rico em ouro, alertou a agência governamental das florestas numa conferência de imprensa em Acra.
No encontro, hoje noticiado pela agência France-Presse, o diretor da Comissão Florestal ganesa, John Allotey, disse que "das 16 regiões do Gana, sete foram afetadas por atividades mineiras ilegais".
Além disso, "34 das 288 reservas (florestais) foram afetadas", acrescentou, e a área total destruída está estimada em 4.726 hectares (maior do que cidades como Atenas ou Bruxelas).
O Gana e a África do Sul disputam o título de maiores produtores de ouro de África e a indústria mineira no Gana envolve tanto grandes empresas mundiais como a extração artesanal, muitas das quais ilegais.
Desde a sua posse em 2017, o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, prometeu livrar o país da 'galamsey', nome que os habitantes locais dão às explorações mineiras ilegais e onde ocorrem frequentemente acidentes mortais.
As atividades mineiras ilegais não só reduzem o tamanho das florestas, como também poluem os cursos de água e criam buracos profundos que depois são difíceis de reabilitar, acrescentou John Allotey.
As autoridades lançam regularmente operações contra as explorações ilegais, incluindo a remoção de escavadoras, mas a prática continua.
"Queremos intensificar a vigilância, trazer os militares para conduzir operações em áreas sensíveis e encontrar financiamento adicional", disse Allotey.
O Gana "reviu a legislação, aplicou medidas e sistemas para garantir que as florestas sejam bem protegidas, mas, apesar disso, continuam a ser destruídas", disse o ambientalista ganês Nehemiah Odjer-Bio, da organização não-governamental Amigos da Terra.
O Gana tem uma floresta tropical rica em biodiversidade, com diferentes espécies de árvores e animais que desempenham funções importantes para o país e para o mundo", afirmou.
Além da mineração ilegal, o principal motor da desflorestação no Gana é a expansão das áreas agrícolas, mas também o abate ilegal de árvores, os incêndios florestais, o sobrepastoreio e o desenvolvimento de infraestruturas.