A Câmara Municipal do Funchal e o SESARAM assinaram, esta tarde, um protocolo para a cedência temporária das instalações artísticas de Teresa Vieira e Rodrigo Costa para a ala pediátrica, na consulta externa do Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Essas instalações foram construídas especificamente para a Feira do Livro do Funchal 2023 e cruzam-se com a literatura infantojuvenil.

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, realçou a componente humanista, em que se coloca a cultura e a arte ao serviço da saúde, “transmitindo cor, alegria e emoção, enaltecendo a criação artística dos jovens talentos e, ao mesmo tempo, homenageando os profissionais de saúde”, sublinhou.

Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Criança, este protocolo tem como objectivo ceder obras de arte que foram adquiridas pela Câmara Municipal do Funchal, e que agora vão revitalizar espaços públicos, transformando, neste caso, o ambiente hospitalar e a ala pediátrica num local bem mais agradável e alegre para as crianças.

Mais sobre os trabalhos cedidos:

A obra 'Colorín colorado', da artista Teresa Vieira, refere-se ao equivalente, em espanhol, à frase “Vitória, vitória, acabou-se a história!”. As suas quatro estruturas de madeira simulam pequenos palcos, em que os “actores” são peças de cerâmica, suspendidas. Uma colecção de personagens antropomórficas, objectos misturados com elementos fantásticos, híbridos entre animais e pessoas, estas figuras ganham forma a partir de quatro contos escritos pela própria artista. Para os mais curiosos, cada peça tem um código QR que redirecciona para a respectiva história. Para os mais audaciosos e criativos, há uma infinidade de relatos e crónicas, que podem ser desenvolvidos pela imaginação de cada um.

Teresa Vieira é uma artista plástica de origem madeirense, natural da Venezuela e licenciada pela Universidade da Madeira. Tem integrado exposições com trabalhos de desenho, de pintura e de outras variantes artísticas. Na Académica, é autora da ilustração de vários livros e ocasionalmente cria imagem das campanhas desenvolvidas para a comunidade académica.

No que se refere à instalação do artista Rodrigo Costa, 'Os bons, os maus e os obviamente loucos' apresentam um conjunto de personagens/peças que reúnem características dos mais variados contos e fábulas infantis e pretendem investigar a questão moral que mais histórias formatou: o que é ser “bom” e o que é “mau”? Nesta instalação exploram-se, então, estas e outras variadas questões num grupo de esculturas amovíveis que representam protagonistas (ou heróis) e antagonistas (ou vilões). No entanto, cabe ao público decidir quem é quem; criar a sua própria história e definir as suas próprias lições de moral, ao mover as personagens de modo a desenvolver novas disposições e, por conseguinte, novas crónicas.

Rodrigo Costa é um artista visual, curador e gestor cultural. É graduado é Belas Artes na Coventry University e tem dividido o seu caminho profissional entre a Ilha da Madeira e a Inglaterra. É o gestor e curador da galeria Anona desde Novembro de 2021.