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INE confirma crescimento homólogo do PIB de 2,5% no 1.º trimestre e de 1,6% em cadeia

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O Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 2,5% no primeiro trimestre face ao mesmo período do ano passado e de 1,6% em comparação com o trimestre anterior, confirmou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nas "Contas Nacionais Trimestrais" divulgadas hoje, o instituto estatístico manteve, assim, os valores avançados na estimativa rápida de 28 de abril.

O INE explica que "a procura interna registou um contributo nulo" para a variação homóloga do PIB no primeiro trimestre, após um contributo de 2,3 pontos percentuais no trimestre anterior.

"O consumo privado desacelerou e o investimento diminuiu, refletindo principalmente o contributo negativo da variação de existências, em grande medida associado à dinâmica dos fluxos do comércio internacional", acrescenta.

Assim, no primeiro trimestre assistiu-se a uma aceleração das exportações de bens e serviços em volume, enquanto as importações de bens e serviços abrandaram, traduzindo-se num aumento do contributo da procura externa líquida para 2,6 pontos percentuais (0,9 pontos percentuais no quarto trimestre).

Em termos nominais, o saldo externo de bens e serviços foi positivo no primeiro trimestre (1,6% do PIB), o que -- destaca o INE -- "não se verificava desde o quarto trimestre de 2019, refletindo o efeito conjugado de ganho de termos de troca e o comportamento positivo em volume".

Comparando com o quarto trimestre de 2022, o PIB aumentou 1,6% em volume (crescimento em cadeia de 0,3% no trimestre anterior), com um contributo da procura externa líquida de 2,5 pontos percentuais (após ter sido negativo no trimestre precedente, em -0,2 pontos percentuais), enquanto a procura interna passou de um contributo de 0,6 pontos percentuais no quarto trimestre para um contributo negativo de -0,8 pontos percentuais.

Os dados do INE indicam que, em termos nominais, o PIB registou um crescimento homólogo de 11,3% no primeiro trimestre (10,7% no trimestre precedente), com o deflator implícito do PIB a acelerar para uma taxa de variação homóloga de 8,5% (7,3% no quarto trimestre de 2022), "refletindo um ganho dos termos de troca, contrariamente ao observado desde o segundo trimestre de 2021".

Por componentes da procura interna, em termos reais, verificou-se uma desaceleração do consumo privado (inclui as instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias), com uma variação homóloga de 1,8% no primeiro trimestre (2,8% no trimestre anterior).

Já o consumo público (Despesas de Consumo Final das Administrações Públicas) registou "um ligeiro crescimento" de 0,2%, taxa inferior em 1,2 pontos percentuais à do trimestre anterior.

As despesas de consumo final das famílias residentes registaram um aumento homólogo de 1,7% em volume no primeiro trimestre, menos 1,1 pontos percentuais do que no trimestre anterior.

As despesas em bens não duradouros e serviços desaceleraram, de uma variação homóloga de 2,3% no quarto trimestre para 0,9% no primeiro trimestre, enquanto a componente de bens duradouros acelerou, passando de uma variação de 7,8% no quarto trimestre para 10,6%, em resultado do crescimento mais intenso das despesas com a aquisição de veículos automóveis.

Face ao quarto trimestre, as despesas de consumo final das famílias aumentaram 0,4% (variação em cadeia de -0,5% no trimestre anterior), com um aumento de 7,6% nas despesas em bens duradouros e uma quebra de 0,3% na componente de bens não duradouros e serviços.

Por sua vez, o investimento diminuiu 6,1% em termos homólogos, após um aumento de 1,0% no quarto trimestre, "em larga medida" traduzindo o comportamento da variação de existências, que registou um contributo para a variação homóloga do PIB de -1,2 pontos percentuais (-0,2 pontos percentuais no quarto trimestre).

Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registou uma "ligeira redução" de 0,1% de janeiro a março (crescimento homólogo de 2,1% no trimestre anterior), com a FBCF em construção a diminuir 6,5% em termos homólogos (variação de 0,1% no trimestre anterior) e a FBCF em Produtos de Propriedade Intelectual a abrandar o crescimento de 3,8% no quarto trimestre para 1,8%.

Em sentido contrário, a FBCF em equipamento de transporte e a FBCF em outras máquinas e equipamentos aceleraram para variações homólogas de 22,2% e 4,1% no primeiro trimestre, respetivamente (10,0% e 2,8% no quarto trimestre).

Face ao último trimestre de 2022, o investimento total diminuiu 5,5% (taxa em cadeia de 4,0% no trimestre anterior), com um contributo de -0,9 pontos percentuais da variação de existências para a taxa de variação em cadeia do PIB e uma diminuição de 0,8% da FBCF total.

Os dados do INE apontam ainda que, de janeiro a março, as exportações de bens e serviços em volume aceleraram, registando uma variação homóloga de 10,9% (7,7% no trimestre anterior): As exportações de bens cresceram 6,3%, mais 2,1 pontos percentuais que no trimestre anterior, e as exportações de serviços passaram de uma variação de 15,1% no quarto trimestre para 20,4%, "destacando-se o contributo significativo da componente do turismo para a referida aceleração".

Já as importações de bens e serviços em volume abrandaram para uma variação homóloga de 4,9% (5,4% no trimestre anterior), "refletindo o crescimento menos intenso da componente de bens", que se fixou em 4,1% (5,3% no quarto trimestre).

Em sentido contrário, verificou-se uma aceleração das importações de serviços para uma variação homóloga de 9,5%, que compara com uma taxa de 6,3% no quarto trimestre.

Comparativamente com o trimestre anterior, as exportações totais aumentaram 6,8% em termos reais (variação em cadeia de -0,1% no trimestre anterior), tendo a componente de bens registado uma variação de 4,8% e a de serviços 10,8% (taxas de -2,8% e 5,6% no quarto trimestre, respetivamente).

As importações totais registaram uma variação em cadeia de 1,3% no primeiro trimestre (0,4% no quarto trimestre), apresentando um aumento de 1,8% na componente de bens e uma diminuição de 1,1% na componente de serviços (taxas de 0,4% e 0,7% no quarto trimestre, respetivamente).

"No primeiro trimestre voltou-se a assistir a um abrandamento expressivo dos preços implícitos dos fluxos de comércio internacional, em particular das importações, o que se refletiu em ganhos dos termos de troca, contrariamente ao observado desde o segundo trimestre de 2021", nota o INE.

O instituto detalha que o deflator das importações de bens e serviços passou de uma variação homóloga de 13,0% no quarto trimestre para uma taxa de 3,9% e o deflator das exportações de bens e serviços aumentou 7,4% no primeiro trimestre, após uma variação de 12,2% no trimestre anterior.

Em termos nominais, o saldo externo de bens e serviços foi positivo no primeiro trimestre (1,6% do PIB), o que não se verificava desde o quarto trimestre de 2019 (-2,4% e -2,8% do PIB no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2022), "refletindo o efeito conjugado de ganho dos termos de troca e o efeito positivo em volume".

De janeiro a março, em termos reais, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços base registou uma variação homóloga de 2,9% (3,8% no trimestre anterior) e o emprego (medido em número de indivíduos e ajustado de sazonalidade) para o conjunto dos ramos de atividade da economia aumentou 0,3% em termos homólogos (0,4% no trimestre anterior).

Em comparação com o quarto trimestre, o emprego total registou um aumento de 1,2%, após uma redução de 0,8% no trimestre anterior.