Madeira

Projecto 'Mulheres Extraordinárias' aborda a história das mulheres da família Phelps

Associação Adoro.Ser.Mulher promove hoje mais uma conversa sobre a vida e obra de mulheres que impactaram a sociedade madeirense

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A Associação Adoro.Ser.Mulher da Madeira dá continuidade esta quarta-feira, 31 de Maio, à iniciativa 'Mulheres Extraordinárias' com uma conversa informal, aberta à população em geral, sobre as mulheres da família Phelps, a ter lugar no hotel Barceló Funchal, a partir das 18h30.

'Mulheres Extraordinárias' teve início em Março último com uma visita ao Museu de Arte Contemporânea da Madeira, onde decorreu uma conversa sobre a artista plástica madeirense Lourdes de Castro. O projecto implementado pela Adoro.Ser.Mulher, entidade que apoia e impulsiona o empreendorismo no feminino, tem como objectivo evidenciar mulheres que se destacaram ao longo dos anos nas mais diversificadas áreas e que de algum modo contribuíram para o desenvolvimento económico, cultural, artístico, social e pedagógico da Região.

Desta feita investigadora Cláudia Faria é a oradora convidada para abordar a vida e obra de Elisabeth Dickinson Phelps (1796-1876). Oriunda da Grã-Bretanha, Elisabeth chegou à ilha da Madeira em 1819, na companhia do seu marido, Joseph Phelps. O casal, instalado na rua do Carmo, teve 11 filhos, entre os quais Bella, Mary e Frederica.

"Enquanto o marido se dedicava à exportação do vinho da Madeira e a outros negócios, a senhora Phelps e as suas filhas, cumprindo as tarefas domésticas e o seu papel enquanto mulheres e donas de casa, foram mais além e chamaram a si a missão de contribuir para o desenvolvimento e bem-estar da sociedade insular, com particular destaque para a educação e melhoria das condições de vida das mulheres madeirenses cujo dia-a-dia além de difícil, era muito pouco digno", antevê a associação Adoro.Ser Mulher. 

Para a associação a realização deste ciclo de conversas, visitas e interacções é de especial importância para "desmitificar o empreendedorismo e as suas diversificadas facetas".

O empreendedorismo é praticado por todos nós enquanto seres humanos, em casa, no trabalho e até no lazer. O empreendedorismo não tem de obrigatoriamente estar relacionado com a fundação de uma empresa, tem a ver com a vontade de fazer mais, melhor e diferente. O empreender, apresar de ser um acto tão destacado nos dias de hoje, são muitos os homens e mulheres que ao longo da nossa História empreenderam e marcaram pela diferença pelas suas decisões e acções. Associação Adoro.Ser.Mulher da Madeira

Sobre a oradora convidada 

Cláudia Faria, natural da freguesia de Santa Luzia, da cidade do Funchal, tem o Bacharelato em Técnicas de Turismo (ISAL) e licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade da Madeira (UMA). Frequentou o curso de mestrado em Cultura e Literatura Anglo-americanas (UMA) onde defendeu a tese intitulada 'Phelps, Percursos de uma família britânica na Madeira de Oitocentos', trabalho que foi publicado, em 2008, na colecção Funchal 500 anos. É co-autora dos seguintes livros: Cartas no intervalo da Guerra; Eu tenho uma carta escrita; Para (um)a história do Porto Santo e Das Ilhas a primeira. Em 2022 publicou o Dicionário Sentimental do Porto Santo. Escreve em revistas nacionais e estrangeiras relacionadas com literatura de viagens, estudos insulares, arquivos privados, diários e escrita do eu. Esteve destacada no Centro de Estudos de História do Atlântico e é membro do Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies (CETAPS) de Lisboa e do IABA (Association pour L’Autobiographie). Colabora com o Centre for Biographical Research, Hawaii University. Neste momento exerce funções na Divisão de Publicações da Direção Regional da Cultura, sendo diretora da Revista Islenha.